O conselheiro tutelar denunciado pela ex-esposa por ameaça de morte, em Jandaia, no centro de Goiás, teve a prisão preventiva decretada e foi afastado das suas funções por decisão da Justiça. Ele é suspeito de atirar várias vezes para o alto na frente do trabalho da mulher e investigado por ter feito uma foto da filha de 4 anos com uma arma na mão.
Segundo a Polícia Civil, o homem é considerado foragido e está sendo procurado pela corporação nesta quarta-feira (17).
À TV Anhanguera, o conselheiro negou ser o autor dos disparos para o alto em frente ao local de trabalho da ex. Ele também explicou que arma que a filha segura na foto que fez há meses é de brinquedo e não considerou a atitude “inapropriada”.
A decisão da Justiça que afastou o conselheiro e determinou a prisão preventiva dele foi publicada na tarde de terça-feira (16). Segundo o documento, o homem deve ser detido porque descumpriu a medida protetiva que o impede de se aproximar da ex-mulher, entre outras restrições.
“O demandado recebeu ordem de afastamento da ofendida e seus familiares, porém, não cumpriu as determinações”, escreveu o juiz Aluizio Martins Pereira de Souza.
O magistrado também avaliou que o conselheiro não deveria continuar no cargo que exerce:
“É absolutamente incompatível o exercício da função pelo agressor com os atos em tese praticados, especialmente o expor a filha do casal a risco de vida ao entregar-lhe arma de fogo, bem como a utilização do veículo do Conselho Tutelar para descumprir as medidas protetivas já fixadas”.
DENÚNCIAS
A diarista contou que terminou o relacionamento com o conselheiro e conseguiu uma medida protetiva contra ele no último mês de setembro, concedida pela Justiça “em razão das ameaças, agressões físicas e verbais”. O casal teve duas filhas: uma menina de 4 anos e outra de 1 ano.
Há um registro de troca de mensagens entre ela e o ex em que o homem a ameaça de morte. Na ocasião, ele escreveu:
“Não tenta dificultar o meu acesso com minhas filhas não, porque assim já não damos certo mais. E se você sonhar em atrasar o meu lado com minha filha eu vou ter que mata você. Tô avisando (sic)”.
Na medida protetiva o juiz proibiu o conselheiro de se aproximar da ex e dos familiares dela, de ir à casa ou local de trabalho dela, de manter contato e ordenou que ele ficasse 60 dias sem visitar as filhas, entre outras restrições.
No entanto, a mulher contou que, na sexta-feira (12), ele foi ao trabalho dela tentando reatar o relacionamento.
“Ele chegou e sentou ao meu lado, começou a falar que queria voltar, que aqueria criar as meninas juntas. Eu falei que não queria e ele saiu. Não passou nem dez minutos e ele chegou lá atirando”, disse a diarista.
A mulher recordou ainda de outra ocasião em que sentiu medo do ex. Segundo ela, estava com as filhas em uma praça quando o viu rondando o local.
“Sentei lá onde vendem espetinho. Elas queriam tomar um suco e um sorvete. Ele ficou passando toda hora com o carro do Conselho Tutelar, saiu até cantando pneu”, contou.
“A única coisa que eu queria era paz para mim e para minhas filhas, porque nós não estamos tendo”, pediu.
Fonte: G1