O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cogitou abrigar no Palácio da Alvorada aliados investigados pela Polícia Federal por ataques às instituições democráticas, como o blogueiro Oswaldo Eustáquio, com o objetivo de assegurar que não fossem presos. A afirmação consta da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente, e foi divulgada pelo portal Uol.
Cid teria afirmado à PF que Bolsonaro chegou a determinar que Eustáquio, alvo dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficasse escondido na sua residência oficial, para evitar que fosse preso. De acordo com o depoimento, foi o próprio Cid quem dissuadiu Bolsonaro da ideia, sob o argumento de que isso poderia lhe acarretar problemas sérios perante o STF.
Segundo Cid, Bolsonaro também discutiu tomar a mesma iniciativa em relação a Bismark Fugazza, youtuber e sócio do canal Hipócritas, também bolsonarista.
Alvos de mandados
Em dezembro de 2022, Alexandre de Moraes determinou as prisões de Eustáquio e Fugazza. Os dois inflamaram atos que pediram intervenção militar após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
Eustáquio é investigado no inquérito que apura atos antidemocráticos contra a Suprema Corte – ele chegou a ser preso em 2020. O bolsonarista descumpriu as condições impostas pela Justiça para conceder a sua liberdade.
Bismark é investigado por incentivar os atos golpistas contra a posse de Lula. No Instagram, o youtuber compartilhou mensagens a favor de Bolsonaro e pró-intervenção das Forças Armadas.
Procurada, a defesa de Bolsonaro negou as acusações e reafirmou que ele não tem relações próximas com Eustáquio.
Fonte: Metropoles