Mais de 230 goianos perderam a vida este ano por causa da doença de Chagas. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) estima que entre 200 mil e 300 mil pessoas tenham a enfermidade, em Goiás. Apesar de antiga, especialista explica que a doença ainda é muito presente e precisa de atenção.
“É uma doença antiga e a maioria dos casos são crônicos, quando as pessoas já a têm há anos”, afirma o médico infectologista Marcelo Daher.
O médico afirma que a doença de Chagas é causada pelo inseto barbeiro. Ele explica que ela estava associada ao consumo de alguns alimentos que, durante a produção, não eliminam o parasita. Porém, atualmente, os casos são de pessoas que já têm a doença e descobrem o diagnóstico tardiamente.
Sintomas
Nos casos agudos, quando a doença ainda está no início, os pacientes apresentam febre, mal estar e, até mesmo, problemas cardíacos. Já em casos crônicos, as pessoas têm dificuldade para engolir alimentos, intestino preso e batimento cardíaco acelerado, o que, segundo o médico, pode se agravar.
“Pode se tornar grave, o coração para de funcionar e isso é um problema sério”, destaca Daher.
De acordo com um levantamento feito pela SES-GO, o estado já registrou 236 mortes pela doença até julho deste ano. A pasta comemora que o número de óbitos está em queda, sendo que em 2018 houveram 763 mortes e, em 2022, 601. Entretanto, destaca que ainda há uma alta taxa de mortalidade.
Tratamento
Daher diz que a doença de Chagas é uma enfermidade negligenciada e que o tratamento tem resultados positivos, mas destaca que o encaminhamento para o diagnóstico é deixado de lado. Ele afirma que o Sistema Único de Saúde (Sus) oferece o exame e a medicação gratuitamente.
“Não é um teste rápido. O paciente tem que consultar, fazer exames e, por isso, não é tão simples, mas existe tratamento na rede pública”, afirma.
O médico também cobra que os hospitais sejam melhor preparados para receber os pacientes e diagnosticar a doença. Além disso, a SES orienta as pessoas que apresentam sintomas e desconfiam do contato com o inseto barbeiro, a buscar atendimento na unidade básica de saúde.
Como o inseto barbeiro é comum na zona rural, a SES dá dicas de cuidados para moradores dessas regiões: impedir que o barbeiro forme colônias em buracos e frestas das residências e usar repelentes e roupas de mangas longas. Além disso, ao encontrar o inseto em casa, não o mate. Projeta a mão com luva ou saco plástico, coloque em um recipiente com tampa e entregue a um agente de saúde.
Fonte:G1