A Polícia Civil já ouviu, até a quarta-feira (25), sete testemunhas do inquérito que apura o suposto sequestro da diretora de uma escola municipal de Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a corporação, todas as pessoas que foram ouvidas até agora afirmam que viram a diretora sendo levada no carro pelas duas professoras – mãe e filha – suspeitas do crime.
De acordo com o delegado Hélio Rodrigues, os depoimentos reforçam a tese de que Inês e Amanda Paula da Costa Moreira teriam cometido o crime para tentar evitar a transferência de uma delas do colégio. “Tem uma testemunha que viu a diretora, a professora e sua filha saindo no veículo. Tem uma testemunha que interceptou o carro delas, quando elas foram deixar a vítima no colégio”, contou o delegado.
O advogado Eduardo Silva Alves, que representa as duas professoras, informou à TV Anhanguera que elas negam o crime.
, que elas saíram juntas no carro, mas para resolver questões relacionadas à escola.
A Secretaria Municipal de Educação de Anápolis abriu um procedimento administrativo para apurar o caso, e afastou as duas profissionais até a conclusão das investigações. Segundo o órgão, uma das professoras pediu para ser transferida da unidade “alegando problemas de relacionamento com a gestora”.
“Posteriormente a isso, a gestora também demonstrou interesse na remoção da professora e enviou à Secretaria Municipal de Educação uma ata com reclamações dos pais a respeito do comportamento da Amanda no trato com os alunos, uso constante do celular em sala de aula e equívocos pedagógicos”, diz o texto da nota enviada pela secretaria.
Eduardo afirmou que as professoras não tinham qualquer problema de relacionamento com a diretora que motivasse tal crime. Disse ainda que as professoras não ficaram chateadas com o pedido de transferência de Amanda, motivado, segundo a polícia, por reclamações de pais em relação ao trato com os alunos.
“Elas estão em choque, não esperavam uma situação como essa. Ficaram muito surpresas. Não faço a mínima ideia do porquê disso. Elas não tinham desavença”, explica.
Medo
O caso ocorreu na tarde de segunda-feira (23). A vítima conta ter sido abordada no final do expediente, após reunião para entrega de boletins. As professoras teriam pedido que ela se aproximasse do carro delas, alegando que queriam conversar. Com uma arma e spray de pimenta, elas renderam a diretora.
Bastante abalada, a vítima disse à TV Anhanguera que foi ameaçada em todo o trajeto. “Na mesma hora que ela falava que eu não ia sair viva de dentro do carro, ela falava que meus filhos já estavam em posse delas. Ela fez várias ameaças. Eu temo muito pela minha vida, pela vida dos meus filhos, pela vida da minha mãe, pela vida da minha família como um todo.
“Ela ameaçou outros funcionários da escola dentro do carro. Eu não sei do que ela é capaz de fazer”, declara.
Depois de quase uma hora com a diretora dentro do carro, as professoras teriam voltado à escola e a deixaram no local. Depois disto, a vítima procurou a polícia.
Fonte: G1