Uma estudante de 12 anos é cega e se dedica a escreve histórias em braille e sonha em ser escritora. Welisvâne Rocha Lima mora em Aragoiânia e enfrenta muitas dificuldades, seja para conseguir estudar ou até mesmo para escrever e manter o desejo de um final feliz para o seu objetivo.
Ela mora em uma casa que está em construção há três anos. A família sobrevive com um auxílio do governo e o salário do pai.
Welisvâne perdeu a visão aos 5 anos, devido a uma meningite. Desde então, precisou reaprender várias coisas. Quando entrou na escola, aos 6 anos, não tinha uma professora auxiliar e ela ficava apenas ouvindo as aulas, sem ter como ler nem escrever nada. Então, acabou abandonando a escola.
Só aos 10 anos ela conseguiu uma professora de braille e aprendeu a ler e escrever com as mãos. O desenvolvimento foi muito rápido. E logo o sonho surgiu.
“Quero virar escritora e publicar meus livros para que todo mundo leia”, disse a garota.
Como ela não tem a máquina para escrever em braille e nem as folhas próprias, ela usa um caderno improvisado, uma régua e um furador manual para escrever as histórias. “Às vezes cria calo no dedo. Se tivesse a máquina seria mais fácil, era só ir apertando os botões”, contou.
Elas já escreveu oito histórias, todas escritas em braille. “Tem A Vaquinha Sonhadora, que o sonho dela é ir para a França, Noite Estrelada, sobre brinquedos que conversam, e Festa na Floresta”, conta a garota sobre algumas das suas histórias.
A última história é inspirada na própria história. Fala sobre a vida de Elis, uma menina que se sentia triste porque ninguém queria brincar com ela devido à deficiência. Toda vez que ela chegava em casa, ia para o quarto chorando.
A história tem o objetivo de passar uma mensagem importante. “A amizade é mais importante para quem não enxerga, vive em cadeira de roda, tem essas deficiências, porque se sente mais abandonados pelos amigos”, completou.
Fonte: G1