O ex-soldado da Força Nacional de Segurança Pública Josimar Pereira Silva foi condenado a 17 anos de prisão pela morte da namorada Nathalia Lima Costa, de 25 anos, em Jataí, no sudoeste de Goiás. A sentença assinada pelo juiz Inácio Siqueira também determina que ele pague R$ 30 mil à filha da vítima, que tinha 5 anos quando perdeu a mãe. Cabe recurso.
O júri popular foi realizado na quarta-feira (6), no Tribunal de Justiça de Jataí. O ex-soldado foi condenado por homicídio qualificado pela vítima ser sua namorada (feminicídio) e motivo torpe – consideração de que o ciúme que motivou a briga, que por sua vez resultou na morte da mulher, ser avaliado como uma razão “desprezível” para o crime.
A defesa de Josimar informou que entrou com recurso para discutir a dosagem da pena e tentar diminuir os anos de condenação.
Na ata do julgamento, o juiz avaliou que o condenado tem antecedentes de violência e “forte propensão ao crime”. Com base nas provas apresentadas pela defesa e pelo Ministério Público, o magistrado manteve a prisão do ex-soldado.
A pena estipulada pelo juiz Inácio Siqueira resultou da condenação a 15 anos pelo homicídio acrescidos de mais dois pelo crime ter sido caracterizado como feminicídio.
O magistrado também avaliou que a condição financeira do condenado não é precária e ordenou o pagamento mínimo de R$ 30 mil à filha da vítima. “Valor mínimo a título de reparação dos danos causados pela infração”, escreveu.
CRIME E PROCESSO
Nathalia foi morta a tiro no dia 9 de maio de 2019. A jovem morava em Rio Verde, no sudoeste goiano, e Josimar em Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde atuava no presídio pela Força Nacional. Como o então soldado estava de folga em Jataí, a namorada foi para a cidade e ficou na casa da família dele.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o casal se desentendeu por causa de ciúmes. Os registros indicam que Josimar desconfiou que Nathalia estivesse traindo-o após ela receber uma mensagem e apagar, o que levou à discussão.
De acordo com a denúncia do MP, o ex-soldado atirou na cabeça da vítima durante a briga, depois escondeu a arma na geladeira de sua casa e fugiu.
No dia seguinte ao crime, Josimar foi preso. Segundo a Polícia Civil, ele foi se apresentar na delegacia local e acabou detido em flagrante.
Em depoimento à corporação, o ex-soldado contou a versão dele de como tudo aconteceu.
“Ele disse que viu que ela recebeu mensagem e apagou de imediato. Ele questionou o motivo de ter apagado e se ela o estava traindo. Segundo ele, ela falou: ‘Não estou traindo como deveria trair’”, relatou o delegado responsável pelo caso à época, Marlon Souza.
Também segundo a Polícia Civil, Josimar disse que queria levar a namorada embora quando ela pegou a arma que ele guardava sob o travesseiro e que o tiro que a matou foi acidental.
“Ela teria dito: ‘Se você me deixar, você não vai ser de mais ninguém’. Nisso ele foi se aproximando e, quando segurou no cabo e no cano, entraram em disputa pela posse e houve o disparo”, disse o delegado.
Fonte: G1