O cantor e compositor Lindomar Rezende, que foi vereador em Jataí por um mandato, morreu no dia 10 de setembro de 2017, aos 67 anos. Vítima do diabetes, o artista passou mal na tarde daquele dia e foi levado para Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não conseguiu se recuperar. Depois de ser velado no Memorial Municipal, seu corpo será levado à Câmara Municipal para uma última homenagem, a partir das 16 horas. O sepultamento está previsto para as 18 horas, no cemitério São Miguel.
Nascido em 19 de janeiro de 1950, na fazenda Sertãozinho, município de Jataí, Lindomar Rezende Silva também foi candeeiro, carreiro, leiteiro, sapateiro, alfaiate e tintureiro. Mas foi na música que alcançou um grande destaque nos anos 1970, chegando a gravar discos pela Poligram e pela RDG. Ao todo, foram quatro LPs e dois CDs, que também foram regravados pela Copacabana e pela Danúbio (importantes gravadoras brasileiras).
O grande sucesso alcançado em todo o Estado, com participação em diversos programa de televisão, como “República Livre do Cerradão”, do Coronel Hipopota, “Chora Viola”, “Bolinha”, e de rádio, como “Onde Canta o Sabiá”, da rádio Anhanguera, e a liderança do movimento estudantil no então Instituto Samuel Graham levaram Lindomar Rezende a arriscar-se na carreira política. Em 1976, foi o candidato mais votado a vereador, com 961 votos. Por isso, presidiu a sessão que deu posse ao prefeito Mauro Bento e a eleição da mesa diretora da Câmara.
Como os mandatos dos prefeitos e dos vereadores eleitos em 1976 foram prorrogados por mais dois anos devido à reforma eleitoral promovida pela ditadura, Lindomar teve seis anos de um trabalho discreto no parlamento jataiense. Decidido a não permanecer na vida política (“trabalho árduo, complicado, mas pouco reconhecido”, dizia), voltou a dedicar-se integralmente à música. Além de compositor e intérprete cheio de recursos, ele foi professor de violão por 40 anos. Deu aulas a artistas e duplas como Felipe e Falcão, Matão e Monteiro, Demétrio e Políbio, Max e Michel, Andreina Carvalho e Alba Franco.
Autor de um clássico antirrascista (“Diferença de cor”), Lindomar Rezende foi o primeiro afrodescendente homenageado no Dia da Consciência Negra pela escola Isaías Soares. Popular na cidade devido ao talento e à tradicional Chevrolet Veraneio dourada, ele também era conhecido como “Irmão”, mesmo tratamento que dispensava a todos.
Crédito da foto: Hélio Domingos/CMJ