Imagens mostram tanque, cassetetes, gases e jatos de água usados contra manifestantes. Há semanas, o território semiautônomo enfrenta protestos contra o governo pró-Pequim.
O exército chinês divulgou um vídeo que mostra o uso de tanque, cassetetes, gases e jatos de água contra manifestantes que acabam algemados, em uma advertência às pessoas desafiam há dois meses nas ruas de Hong Kong o governo pró-Pequim.
O vídeo de três minutos, divulgado na quarta-feira (31) pela guarnição do Exército Popular de Libertação com sede em Hong Kong, é acompanhado por uma legenda na qual os militares expressam “confiança” e “capacidade” para manter a segurança no território semiautônomo, de acordo com a France Presse.
As imagens mostram tanques, helicópteros e lança-mísseis em operações na cidade do sul da China e em colinas próximas, assim como forças especiais durante um exercício antiterrorista.
Também incluem um exercício antidistúrbios no qual soldados bem equipados dispersam uma multidão de manifestantes com o apoio de carros blindados de transporte de tropas e jatos de água.
“Todas as consequências são por sua conta e risco”, adverte um militar por alto-falante.
Os soldados, que usam capacetes, escudos e cassetetes, são vistos criando barricadas de arame farpado e lançando o que parece ser gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Os militares exibem uma bandeira vermelha com a frase “Advertência: parem de atacar ou utilizaremos a força”.
Imagem retirada do vídeo divulgado pelo exército chinês mostra repressão de protesto com jatos de água Exército de Libertação do Povo da China (PLA) — Foto: Guarnição de Hong Kong / AFP
A sequência termina com os soldados escoltando manifestantes com as mãos algemadas em direção a áreas descritas como “locais de detenção”.
O vídeo foi divulgado no mesmo dia em que dezenas de pessoas compareceram à justiça em Hong Kong, acusadas de participação em distúrbios durante manifestações no fim de semana passado.
Onda de protestos
A ex-colônia britânica, devolvida à China em 1997, está sob tensão desde o início de junho com as gigantescas manifestações em repúdio a um projeto de lei que autoriza extradições para a China, apresentado pelo governo local, favorável a Pequim.
A uma medida foi vista com preocupação por diversos grupos, que a identificavam como uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.
Face à forte oposição, o governo suspendeu o projeto, mas a decisão não acalmou os manifestantes. O movimento se ampliou para rejeitar a influência de Pequim e a redução das liberdades em Hong Kong.
Os manifestantes também querem a renúncia da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, a retirada definitiva do projeto de lei de extradições, uma investigação independente sobre a violência policial e a anistia dos manifestantes presos.
A maioria das manifestações é pacífica, mas com frequência terminam em confrontos com as forças de segurança. No dia em que houve a celebração oficial do 22º aniversário do retorno do território ao domínio da China, manifestantes invadiram o Parlamento local.
Os protestos foram descritos por Pequim como um plano violento, orquestrado por fundos estrangeiros para desestabilizar o governo central.
Na segunda-feira, o governo chinês renovou o apoio à Carrie Lam e à polícia local. Também pediu o “restabelecimento rápido da ordem” neste centro nervoso das finanças internacionais.
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