Uma família de Goiânia criou uma empresa de produção e comercialização de cannabis em Oregon, nos Estados Unidos. Segundo o analista de marketing da USA Hemp no Brasil, Gabriel Marra, a empresa, que é focada no uso medicinal, fatura até 20 milhões de dólares anualmente e tem cerca de 900 hectares de plantação.
Ao g1, Gabriel Marra contou que empresa foi criada a partir de um trabalho de colégio pelos irmãos Ana Mendes, Rafael Mendes e Gustavo Mendes, que hoje usam o sobrenome Redwood. Na época, segundo ele, os irmãos foram advertidos pela escola.
“A desconstrução e a quebra de preconceito foi o primeiro passo para essa família, que até então reconhecia a cannabis como uma ‘droga’ que deveria ser evitada a todo custo”, ressaltou.
Os irmãos se uniram e decidiram fundar a USA Hemp nos EUA em 2018, com o intuito de transformar a medicina a partir dos efeitos terapêuticos da cannabis. Segundo Gabriel Marra, a planta cultivada é um cruzamento do hemp europeu com a cannabis americana. O resultado é o baixo teor de Tetrahidrocanabinol (THC), principal psicoativo da planta, e alto índice de canabidiol e outros fitocanabinoides.
A empresa reforça que a planta é fundamental para o tratamento de doenças, como alívio de dores crônicas, epilepsia e convulsões, além de melhorar efeitos secundários dos tratamentos para o câncer.
Nos Estados Unidos, a USA Hemp é registrada como um marca farmacêutica e é responsável pelo desenvolvimento científico e a produção dos medicamentos. No Brasil, a empresa atua na intermediação dos medicamentos entre o país de origem e o paciente.
“Atuamos ativamente na educação e na desconstrução da visão negativa da cannabis aqui no Brasil. São milhares de famílias beneficiadas pelo tratamento, na qual a intervenção medicamentosa por drogas convencionais não garantem mais efeitos positivos”, contou Gabriel Marra.
Gabriel Marra explicou que o cultivo da planta é feito sem intervenções químicas, como agrotóxicos, pesticidas e misturas, além disso, a extração é feita sem solvente residuais.
Regulamentação
Gabriel Marra explicou a empresa segue os padrões de produção com baixo teor de THC, em conformidade com os órgãos reguladores dos EUA. “Nos enquadramos na Farm Bill, uma lei federal que regula a produção de cânhamo. Somos detentores de autorização de plantio do Hemp, considerado uma commodities quando a concentração de THC fica abaixo de 0,3%. Portanto, nossa produção é direcionada ao uso medicinal”, explicou.
“Nos EUA o uso de cannabis, seja ela de forma medicinal e adulta é regulamentado de acordo com cada estado. Alguns estados já possuem regulamentações, outros ainda não”, explicou.
No Brasil, as normas restringem a comercialização em farmácias ou laboratórios, então a empresa faz a importação direta ao paciente.
Fonte:G1