O homem que aparece quebrando o relógio do século 17, feito pelo francês Balthazar Martinot, no Palácio do Planalto, nos atos terroristas de 8 de janeiro, teve três processos criminais na Justiça de Catalão, no sudeste de Goiás. A Polícia Civil confirmou que o homem é Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, e que ele já foi preso duas vezes. Uma câmera de segurança flagrou o carro de Antônio rodando por Catalão 10 dias após o ataque.
O relógio de pêndulo foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Balthazar Martinot era o relojoeiro do rei francês Luís XIV. O Ministério da Justiça também confirmou a identificação de Antônio Cláudio e informou que ele é considerado foragido após os atos terroristas.
O g1 não conseguiu localizar a defesa dele para que se posicione, até a última atualização desta reportagem.
Todos estão arquivados atualmente porque ele cumpriu as sentenças. Abaixo, veja os processos no Tribunal de Justiça de Goiás:
- Ano de 2014 – TCO art 147 (ameaça)
- Ano de 2014 – TCO art 147 (ameaça)
- Ano de 2015 – Processo envolvendo a propriedade de um automóvel
- Ano de 2017 – prisão flagrante – art 33 (tráfico drogas)
De acordo com as sentenças, os processos por ameaça foram arquivados porque Antônio Cláudio fez acordo com uma das vítimas, e no outro processo, a vítima não compareceu à audiência. Mais abaixo, veja as passagens pela polícia em Goiás.
- Processo (ameaça): Antônio Cláudio fez acordo com a vítima em 19 de novembro de 2014. Segundo o termo de audiência, o autor se comprometeu a mais injuriar, ameaçar, ou de qualquer forma importunar a vítima. No acordo, a vítima renunciou ao direito de representação contra Antônio.
- Processo (ameaça): Também em 2014, Antônio Cláudio respondia a processo por ameaça. Este foi arquivado porque a vítima não compareceu à audiência na Justiça.
- Processo cível: Neste processo, Antônio moveu ação trabalhista contra uma empresa e fez acordo, quando negociou e ganhou a propriedade de um autómovel.
- Processo por tráfico de drogas: Em 2017, Antônio foi preso em flagrante por tráfico, mas o crime foi alterado na Justiça para posse de droga. Assim, ele foi solto e cumpriu pena alternativa. O processo foi arquivado em 2018.
Segundo a sentença que mandou arquivar o processo, Antônio pagou multa de R$ 1 mil, dividida em 5 parcelas. Todas as guias de pagamento foram enviadas ao Judiciário. Ele também compareceu diversas vezes ao Núcleo de Apoio ao Toxicômano e Alcoolátra de Catalão durante quatro meses, para assistir palestras semanais.
Passagens pela polícia
A Polícia Civil de Catalão levantou os registros contra Antônio Cláudio, nesta semana, após ele ser identificado, e descobriu duas prisões.
- 2014 – Prisão em flagrante pelo crime de receptação, previsto no artigo 180, do Código Penal.
- 2014 – Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por ameaça, crime previsto no artigo 147.
- 2014 – Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) previsto no artigo 28 da Lei de Drogas (LD). O artigo versa sobre comprar, guardar ou portar drogas sem autorização para consumo próprio. as penas são advertência sobre os efeitos das drogas e prestação de serviços à comunidade.
- 2017 – Prisão em flagrante por tráfico de drogas, artigo 33 da LD. Neste caso, o processo foi arquivado em 2018, após ele cumprir a sentença judicial.
O registro de prisão por receptação, de 2014, consta no sistema da polícia, segundo o delegado Jean Arruda, mas ele não foi encontrado pelo Judiciário.
A reportagem apurou que Antônio Cláudio trabalhou em duas oficinas de carro em Catalão. A TV Anhanguera localizou o dono de uma delas, que preferiu não gravar entrevista, mas contou que o homem saiu da oficina durante a pandemia e que, nos últimos meses de trabalho, puxava conversas com colegas para atacar a democracia.
Fonte:G1