Filtro arco-íris do Facebook é criticado na Rússia e no Oriente Médio

Se você entrou no Facebook no último final de semana, provavelmente viu diversas fotos de amigos ficarem multicoloridas de uma hora para a outra – e pode até mesmo ter mudado sua própria fotografia.
O filtro arco-íris foi introduzido pela empresa para marcar o Dia Internacional do Orgulho gay. E se mostrou especialmente popular depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o casamento gay é um direito constitucional de qualquer cidadão do país.
Mas, em algumas partes do mundo, a ação gerou pouco entusiasmo – e até mesmo reações hostis.
Na Rússia, diversos filtros foram criados para aplicar as cores da bandeira nacional às fotos, em vez das cores do arco-íris. Um destes aplicativos chegou a ser baixado mais de 4 mil vezes.
Este é “nossa resposta ao mundo arco-íris #Orgulhodeserrusso”, comentou Elena Starkova, moradora de Moscou.
Leis polêmicas
O país tem leis polêmicas que proíbem divulgar informações sobre homossexualidade para quem tem menos de 18 anos de idade.
E uma pesquisa recente mostrou que mais de 80% dos russos se opõem ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Apesar disso, alguns russos se manifestaram a favor do filtro do Facebook. Anna Koterlnikova, que “coloriu” sua foto no Facebook, comentou: “Desculpem-me! Sou heterossexual e russa, mas não sou homofóbica!”.
No Oriente Médio, muitos usuários de redes sociais também se disseram contra à bandeira arco-íris. “É uma mensagem que me fere”, disse o egípcio Sharif Najm, no Twitter.
Rami Isa, da Síria, tuitou: “Malditos sejam vocês e seu casamento. Vocês distorceram um símbolo inocente de nossa infância. Nós costumávamos gostar do arco-íris”.
Ahmad Abd-Rabbuh, um professor de ciência política do Egito, disse que o casamento gay “não está em harmonia com a sociedade e sua cultura”. “Sei que isso fará muitos dos meus amigos ficarem com raiva”, comentou ele.
Sarcasmo
No Egito, cerca de 2 mil tuítes mencionaram o filtro multicolorido, muitos deles em tom crítico.
Nem todas as reações foram negativas. O apresentador de TV Muna Iraqi comentou: “Apoio o direito das pessoas viverem e amarem livremente, sem qualquer perseguição”.
Nos Estados Unidos, apesar da decisão da Suprema Corte favorável ao casamento gay, este não conta com apoio universal da população. Dois quintos dos americanos são contra, segundo uma pesquisa do Pew Research Center.
“Sou 100% contra o casamento gay”, tuitou Joshua Taipale. “Tenho amigos gays e eles são ótimas pessoas. Não é algo pessoal. Mas o país não pode decidir sobre isso. Deveria ser de Estado em Estado.”

Fonte: G1

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