O presidente da Fieg, Sandro Mabel, considerou a renovação das medidas de restrição de abertura no decreto pulicado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) como “uma grande frustração”. Ele esperava a consideração por parte do governo estadual do que ele chama de plataforma, com medidas de abertura gradual, elaborada pelo setor produtivo.
Mabel considera que há um descompasso entre a nota técnica elaborada pela Secretaria de Estado da Saúde, e divulgada na manhã desta sexta-feira, 3, e o decreto em si. Segundo a interpretação dele, a nota técnica recomenda somente o fechamento das atividades relacionadas. Todas capazes de atrair grandes aglomerações.
Assim, o presidente da Fieg diz que a decisão de Caiado “não observa critérios técnicos elaborados pela própria secretaria” e se trata de “uma decisão política”. “Não sei o que ele quer com isso. Se é colocar Goiás como o estado com menos casos do país. Não sei, mas é uma decisão política”, criticou.
Mabel disse ainda que a Fieg não pode dar mais respostas aos sindicatos de todo o estado que a procura sobre abrir ou não os comércio, já que, segundo ele, o governador não observa os critérios técnicos. “Vai ser difícil de segurar. Nós da Fieg já fomos até onde pudemos. Sabe o que vou responder [a quem o procura]? Nada. Não tenho nada a responder, pois seria contra o decreto”, afirmou.
Ele lembra que para isso, o setor produtivo preparou uma plataforma com protocolo de abertura, com quais atividades e em quais cidades poderiam abrir, de forma ordenada e observando as recomendações de segurança. E apontou que foram 35 mil demitidos já no último dia 31 e que o desemprego pode ficar maior caso continue as medidas restritivas. “Assim como o paciente [de Covid-19], o empresário também precisa de respiração”, disse.
Comércio
Já o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás, Marcelo Baiocchi, considera que houve avanço na área. Sobretudo pela liberação, com restrições, das feiras livres de hortifruti, com as regras. No entanto, considera que ainda há avanços a serem feitos, sobretudo para pequenos comércios do interior, em cidades sem casos de Covid-19, ou mesmo na periferia de Goiânia.
“Alguns estabelecimentos de pequeno porte de cidade de interior onde não há casos confirmados podem funcionar, visto que tem atendimento individual e com poucos funcionários. Na periferia, na Região Noroeste, de Goiânia, por exemplo, a população não tem acesso a sistema de delivery, ficando desassistida. O decreto olha o comércio grande, que aglomera pessoas e não vê isso. Defendo o sistema de delivery, inclusive para serviço de Tecnologia da Informação. A economia precisa começar a andar”, defende.