Um teste classificado como padrão ouro em todo o mundo e que já tem mais de 70 anos de existência chega ao Brasil para facilitar o diagnóstico dos casos de Alzheimer e de outras dificuldades de memória. Goiânia será a primeira cidade do país a ter o teste RAVLT, já que a capital sedia neste sábado (5/5) o evento de lançamento que acontece a partir das 13 horas no auditório do Crer.
“É um teste utilizado em todo o mundo para avaliar e analisar os processos de memória de um paciente. Só agora ele foi padronizado e normatizado para ser aplicado na população brasileira”, afirma a neuropsicóloga Pethra Ediala, do Núcleo de Pesquisa e Ensino em Neurociências (Nepneuro), instituição que organiza o lançamento do instrumento de diagnóstico no País.
Para o evento estarão presentes em Goiânia dois dos maiores pesquisadores da Neuropsicologia brasileira: os professores doutores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leandro Malloy-Diniz e Jonas Jardim de Paula. A psicóloga, neuropsicóloga e diretora de Ensino e Pesquisa do Nepneuro, Marina Nery Machado, será a mediadora da discussão sobre o uso do RAVLT em casos clínicos.
O uso do teste é extremamente amplo, podendo ser aplicado em crianças de 6 anos até idosos. A neuropsicóloga Pethra Ediala acrescenta que as queixas de problemas de memória são as mais frequentes nos consultórios e que o RAVLT ajuda, justamente, na avaliação e no diagnóstico mais acurados.
“A pessoa leiga, muitas vezes, traduz como problema de memória outros tipos de situação, como uma dificuldade de atenção ou de planejamento. O teste é um auxílio de diagnóstico incrível pra gente conseguir realmente entender se a dificuldade do paciente é de memória ou se está relacionada a outras questões secundárias”, pontua.
A neuropsicóloga ainda acrescenta que o teste passeia por todas as fases do processo de aprendizagem e por isso auxilia de forma tão eficaz no diagnóstico diferencial possibilitando descobrir onde reside a dificuldade do paciente, no armazenamento ou na recuperação das informações.
Alzheimer
Ainda de acordo com Marina e Pethra, o teste é muito utilizado na investigação do Alzheimer, embora não se limite apenas a ele. E os números comprovam o tanto que o uso do RAVLT é e será cada vez mais importante.
Segundo dados fornecidos pelo Relatório 2015 da Associação Internacional de Alzheimer (ADI), atualmente estima-se que existam cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo. Esse número praticamente irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050.
O relatório alerta ainda que a cada 3,2 segundos um novo caso de demência é detectado no mundo. A previsão para 2050 é de que haja um caso a cada segundo. A doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência.
Fonte: Jornal Opção