O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu nesta quarta-feira (04) as recentes medidas econômicas anunciadas pelo Governo Lula, incluindo o pacote de corte de gastos e o projeto que amplia para R$ 5 mil a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
As falas foram feitas durante um evento organizado pelo portal “Jota” em Brasília. No entanto, as iniciativas geraram críticas no mercado financeiro, que avaliou os cortes como insuficientes e questionou a proposta de mudança no Imposto de Renda em meio ao atual cenário de restrição fiscal.
“Dizem que a reforma da renda é populista, mas ela é neutra do ponto de vista fiscal, como a reforma do consumo é neutra. Não estamos pretendendo arrecadar mais ou menos, mas tributar melhor”, afirmou Haddad no evento.
“Fazer uma reforma pra cobrar um mínimo pra quem ganha a partir de R$ 600 mil pra não cobrar de quem não está conseguindo pagar as contas do mês, não me parece populismo. Não me parece um gesto populista”, defendeu o ministro de Lula.
O projeto que prevê a elevação do limite de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil mensais, anunciado como um “contraponto” ao pacote de austeridade fiscal, só deverá ser encaminhado ao Congresso em 2025, com possibilidade de vigência a partir de 2026, caso seja aprovado.
Atualmente, a faixa de isenção contempla rendimentos de até R$ 2.824, equivalente a dois salários mínimos. A ampliação para R$ 5 mil foi uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
O anúncio, feito simultaneamente à apresentação das medidas de corte de gastos, gerou desconforto entre líderes da Câmara dos Deputados e provocou instabilidade no mercado financeiro, levando a cotação do dólar ao maior valor nominal registrado desde a criação do real.
Fonte: Gazeta Brasil