Institutos e universidades federais em Goiás afirmam prejuízo na manutenção com corte de mais de R$ 17 milhões em 2022

As universidades e institutos federais de Goiás afirmaram, nesta terça-feira (18), em Goiânia, somarem um prejuízo de mais de R$ 17 milhões, devido aos cortes realizados nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Estado. Segundo os reitores, a principal dificuldade, a partir desses cortes, se encontra no suprimento das necessidades básicas, como a limpeza, reforma e manutenção das estruturas físicas, prejudicando os prédios públicos e a experiência universitária dos estudantes.

“Todos os órgãos de controle nos cobram a limpeza e a manutenção dos prédios, mas não temos os recursos para isso”, disse a reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita de Lima.

g1 questionou o Ministério da Educação (Mec) quanto a possibilidade de recomposição orçamentária e a reposição do recurso cortado das universidades em 2022 e aguarda retorno. Os cortes em questão foram realizados nas instituições no mês de junho.

O corte de R$ 17 milhões realizado em 2022 se refere à Universidade Federal de Goiás, a Universidade Federal de Catalão (UFCat), a Universidade Federal de Jataí (UFJ), ao Instituto Federal de Goiás (IFG) e ao Instituto Federal Goiano (IF Goiano). Segundo os reitores das instituições, no Estado, as reduções no orçamento ocorrem desde R$ 2016, mas se agravaram no ano de 2022, ano em que os recursos voltados ao custeio foram reduzidos de 5,8% a 7,2%.

“Isso impacta na permanência e no êxito dos estudantes, uma vez que a maior parte deles estão em alta vulnerabilidade social”, explicou a reitora do IFG, Oneida Cristina.

Os reitores das universidades federais de Jataí e Catalão, que foram implantadas por desmembramento da UFG nos anos de 2018 e 2019, ainda ressaltam que, desde sua formação, precisaram se estruturar com recursos próprios.

“Não tivemos investimento a mais para que pudéssemos nos estruturar ou montar um sistema de administração acadêmica”, disse a reitora da UFCat, Roselma Lucchese.

Veja os valores cortados de cada uma das universidades em 2022:

  • Universidade Federal de Goiás (UFG): 7,8 milhões;
  • Universidade Federal de Catalão (UFCat): 1,2 milhão;
  • Universidade Federal de Jataí (UFJ): R$ 1,4 milhão;
  • Instituto Federal de Goiás (IFG): R$ 3,6 milhões;
  • Instituto Federal Goiano (IFGoiano): R$ 4,4 milhões.

A UFG ressaltou ao g1 que precisa de pouco mais de 16,5 milhões para custear os últimos 3 meses do ano, uma vez que atualmente conta com apenas com cerca de 5 milhões disponíveis. Já a UFJ afirmou que precisa de um pouco mais de R$ 3,5 milhões. As demais universidades e institutos não informaram o valor em questão.

Ao g1, os reitores das universidades relembraram o bloqueio de recursos realizado no mês de outubro. Segundo eles, apesar de o bloqueio ter sido revertido pelo Mec e o dinheiro retornado ao caixa das universidades, que o valor não é suficiente para que as universidades funcionem da forma adequada.

Entre os aspectos mencionados pela reitora da Universidade Federal de Goiás, estão a necessidade de fechar auditórios por falta de manutenção, a impossibilidade da compra de insumos para laboratórios ou de terminar reformas já iniciadas, fazendo com que determinados espaços da universidade fiquem inutilizáveis.

“Não temos dinheiro nem para atender as exigências do Corpo de Bombeiros para a prevenção de incêndios. Tivemos um auditório interditado pela corporação”, detalhou Angelita.

A falta de estrutura adequada, segundo os gestores, interfere e prejudica o êxito dos próprios estudantes que pleitearam por direito uma vaga para ingressar na universidade.

“O que está em risco é a ciência, as pesquisas e as tecnologias. Estamos em uma situação de muito perigo e de redução de qualidade”, disse a reitora da UFG.

Fonte:G1

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