As falas de uma líder religiosa de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, tiveram grande repercussão nas redes sociais, após ela dizer que “não poderá pregar sobre viadagem”, caso o Partido dos Trabalhadores seja eleito para governar o país. Na mesma ocasião, Débora Mendes ainda afirmou que na comunidade cristã em questão “não se pode ter petistas” e diz que os princípios cristãos não “coadunam” com os do partido.
“A gente não vai poder pregar sobre viadagem, não vai poder pregar sobre questão de pornografia. Não vamos ter a liberdade de dizer que pecado é pecado, que homem é homem e mulher é mulher”, disse.
“Não acredito que na comunidade tenha algum petista. Nem pode ter, porque é um plano de governo. Não coaduna com nossos príncípios cristãos”, complementou.
A fala foi dita pela líder religiosa após o primeiro turno das eleições para a Presidência da República de 2022, mas teve maior repercussão nas redes sociais desde o último final de semana. O g1 entrou em contato com a líder, a Comunidade Mel de Deus e a Diocese de Luziânia para um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O g1 ainda questionou a igreja e a Diocese se foi tomada alguma providência acerca das falas ditas pela líder. A reportagem também entrou em contato com a Comissão de Diversidade Sexual da Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) para um posicionamento sobre possíveis ofensas que possam ter sido configuradas à comunidade LGBT. Também foi solicitado uma posição do Partido dos Trabalhadores (PT).
Além disso, a reportagem questionou a Polícia Civil sobre quais possíveis crimes podem ter sido configurados a partir da fala da líder e se foi instaurado algum inquérito policial para a apuração dos fatos. O g1 aguarda retorno de todos os mencionados. No entanto, o crime de homofobia, que é previsto pela Lei de nº 7.716/1989, da Constituição Federal, pode acarretar de um a três anos de prisão.
Além de afirmar que a agenda do Partido dos Trabalhadores – e consequentemente, de seu candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – não corresponde com os valores cristãos, e dizer que não poderá pregar “sobre viadagem”, caso o candidato do partido governe o país, Débora ainda afirmou não acreditar que exista preconceito no país.
“Essa luta de classes e coisas de minorias é uma falácia no Brasil. Nós não temos preconceito no Brasil, precisamos ser muito sinceros”, disse.
Apesar do vídeo ter sido divulgado na página da Comunidade Mel de Deus, o vídeo foi tirado do ar. A página do facebook da igreja, que se denomina como um “seguimento católico da Diocese de Luziânia”, conta com diversas outras publicações em que a líder religiosa Débora Mendes prega para os fiéis.
Fonte: G1