O ex-presidente Lula participou, nesta quarta, de um ato em Belo Horizonte em comemoração aos 38 anos do PT. O evento também serviu para mais um pré-lançamento de sua candidatura à Presidência. Caso se leve em consideração o que diz, fica-se com a impressão de que ele realmente acha que vai ser candidato. E sabe que não será. A fala faz parte de uma estratégia. Do ponto de vista técnico, tenho cá minhas dúvidas se é o mais inteligente.
Lula começou empregando de maneira certamente perigosa para ele o verbo “respeitar”. Afirmou:
“Eu não respeito a decisão que foi tomada contra mim porque sei que ela é mentirosa, política e não está baseada nos autos do processo.”
A confusão já lhe custou contratempos. O juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, mandou recolher seu passaporte, já devolvido. Entendeu que “não respeitar a decisão” era sinônimo de não acatá-la. Logo, disse o magistrado, o petista poderia fugir… Uma coisa é certa: a cada vez que ele se manifesta dessa forma, pode até aumentar seu cacife junto a alguns setores do eleitorado.
Ocorre que a questão da elegibilidade antecede esse julgamento e dele independe. Ainda que venha a registrar a sua candidatura, esta certamente será cassada pelo TSE. A Lei da Ficha Limpa não deixa margem para dúvidas: um condenado por um colegiado está inelegível.