O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (2) que o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, do qual o Brasil faz parte juntamente com Rússia, Índia, China e África do Sul, deve ser “mais generoso do que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e servir ao desenvolvimento” dos países mais pobres do mundo.
– Na minha opinião, o banco dos Brics deve ajudar o desenvolvimento com financiamento adequado, sem espadas na cabeça, como faz o FMI – disse Lula na sua primeira entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro.
O mandatário garantiu que o Novo Banco de Desenvolvimento “deve ser mais generoso” e promover políticas financeiras que facilitem o caminho para acabar com “as grandes desigualdades” que existem no mundo.
Reiterou que é a favor da incorporação de novos membros nos Brics, entre os quais citou Argentina e Arábia Saudita como possíveis candidatos, e sublinhou que este fórum deve promover “novas formas de fazer comércio”, com mecanismos mais justos.
Neste contexto, insistiu que o mundo em desenvolvimento “pode e tem o direito” de negociar em moedas alternativas ao dólar, embora tenha admitido que “não é fácil”, devido às “pressões” que existem nos mercados internacionais.
Mesmo assim, prometeu “lutar para mudar as formas de fazer política financeira no mundo” e promover “uma campanha global contra a desigualdade”, sobre a qual disse já ter conversado com líderes mundiais, incluindo o papa Francisco.
– Não é possível dormir tranquilo quando a gente sabe que milhões de crianças no mundo não podem nem tomar um copo de leite por dia – disse Lula, que ressaltou que é “necessário” fazer com que todas as pessoas do planeta fiquem “indignadas” com a desigualdade.
Ele ainda defendeu que “temos que gerar essa indignação, não é normal” que milhões de pessoas no mundo passem fome, quando “bilhões de dólares são gastos todos os dias em armamentos e guerras”.
Lula citou o caso do próprio Brasil, um país onde, segundo dados oficiais, no final do ano passado, 33 milhões de pessoas passavam fome. Ele disse que “não é possível” que isto aconteça em um dos maiores produtores mundiais de alimentos. O petista ainda prometeu que esta realidade vai mudar gradualmente no Brasil, com a recuperação plena das políticas sociais.
Fonte:Pleno.News