Após a condenação do réu Enzo Jacomini Carneiro, que usa o nome social de “Freya”, acusado de matar Ariane Bárbara, a 15 anos de prisão, a mãe da vítima, Eliane Laureano, disse estar aliviada. No entanto, ressalta que ainda busca justiça pela morte da filha, uma vez que dois dos acusados ainda não foram julgados.
“Isso é muito pouco pra mim. Para a população fica [um pouco de Justiça], porque se sair [da prisão], vai fazer outras vítimas. Isso [a condenação] é a única coisa que me alivia. Sei que [ele] não vai estar fazendo mal. Pelo menos por um tempo”, disse Eliane.
Enzo Jacomini Carneiro Matos foi condenado durante júri presidido pelo juiz Jesseir Coelho pelo homicídio da jovem e por ocultação de cadáver. Já em relação ao crime de corrupção de menor, ele foi absolvido. Outros três amigos de Ariane participaram do crime, mas dois deles entraram com recurso e serão julgados por júri popular em outra data: Raíssa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues.
Após a sentença, o advogado de Enzo disse que achou injusta a condenação por homicídio, já que, segundo ele, a defesa apresentou argumentos que mostram que não haviam provas nos autos suficientes para afirmar que houve a participação direta do Enzo. A defesa entrou com recurso contra a decisão do júri.
“O nosso ordenamento jurídico determina que, para que se possa condenar uma pessoa, você tem que ter no mínimo prova suficiente. A gente mostrou nos autos que o Enzo não participou no momento que eles planejaram e nem participou da ação, da execução da morte. O Enzo estava dentro do carro, mas não sabia o que ia acontecer”, disse a defesa, após a condenação.
Condenação de Enzo Jacomini
Enzo foi condenado por homicídio e ocultação de cadáver. Em relação ao crime de corrupção de menor, ele foi absolvido. Vídeo mostra o momento em que ele saiu preso, após a leitura da sentença (assista vídeo abaixo). Veja o detalhamento da pena:
- Condenação por homicídio: 14 anos de prisão;
- Condenação por ocultação de cadáver: 1 ano de prisão, além de 10 dias-multa sobre um trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo do fato (valor deve ser definido pela procuradoria);
Ao longo do júri, o advogado Cleib Bueno de Morais, que faz a defesa de Enzo, afirmou que o cliente não sabia do planejamento da morte de Ariane e defendeu que ele só deve ser condenado pela ocultação de cadáver.
“Ele passou a ter conhecimento dentro do carro. Ele ajudou a ocultar o cadáver. Em relação ao homicídio, ele não tinha conhecimento. Ele também foi uma vítima de tudo isso. Depois de não ter mais opções dentro do carro, ele ficou no local”, disse o advogado, durante o julgamento.
Quem são os acusados
Na época, a Polícia Civil apurou que o crime foi planejado com o objetivo de descobrir se Raíssa Nunes era psicopata. Para isso, ela tinha que matar uma pessoa para avaliar a própria reação após o assassinato. Ariane Bárbara foi escolhida pelos amigos por ser pequena e magra. Assim, se ela reagisse, os três conseguiriam segurá-la com mais facilidade, segundo a polícia.
Os acusados do crime são:
- Enzo Jacomini Carneiro (Freya): apontada como autora de facadas em Ariane dentro do carro;
- Jeferson Cavalcante Rodrigues: usou o próprio carro para levar o grupo no passeio e depois jogar o corpo numa mata;
- Raíssa Nunes Borges: a polícia disse que ela queria saber se era psicopata. Também é apontada como autora de facadas.
- Uma adolescente foi apreendida à época do assassinato, mas o processo corre em segredo de justiça. Por isso, a reportagem não conseguiu informações sobre o depoimento e a participação dela.
Ariane desapareceu no dia 24 de agosto de 2021, após dizer para a mãe que iria se encontrar com os amigos para lanchar e que eles pagariam o lanche.
A mãe dela, Eliane Laureano, disse que a filha chegou a mandar uma mensagem de voz contando que voltaria para casa no mesmo dia, o que não aconteceu. No áudio, Ariane conta que estava muito animada para sair com os amigos (ouça abaixo).
Fonte:G1