Manicure denuncia que foi abusada por pai e tio durante 8 anos quando ainda era criança, em Anápolis

A manicure Fernanda Rodrigues, de 30 anos, denuncia que foi abusada pelo pai e tio dele por cerca de 8 anos, quando ainda era criança, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Ela disse que os crimes aconteciam na casa do pai e também durante comemorações de jogos de futebol.

“Com meu pai era na casa dele. Foi quando meus pais se separam e eu ia para lá de 15 em 15 dias. Quando o outro [tio] participava era na chácara. Quando meu pai comemorava os gols da Anapolina [tinham os abusos]”, disse a vítima.

Fernanda conta que os abusos começaram quando ela tinha por volta dos 5 anos, quando ela ia à casa do pai. Aos 10 anos, ela foi morar um tempo com ele e relata que a violência sexual ficou pior. “Ele tirou minha virgindade aos 11 anos. E os abusos continuaram”, contou.

A manicure também contou que o tio a estuprava na chácara e também na casa dele, quando era mandada para ter aulas de reforço.

Dercino já foi professor de educação física e chegou a fazer parte da comissão técnica que treinava os adolescentes da base da Anapolina. Ele também já fez parte de projetos de iniciação esportiva. Já Adonai é diretor de um colégio particular de Anápolis.

A mulher contou que os estupros só pararam aos 13 anos, quando contou sobre o crime a uma pessoa da família. “Ela reuniu o restante da minha família, juntamente com meu tio e meu pai. Meu tio me pediu desculpas. Meu pai disse que não precisava me pedir desculpas”, contou.

Suspeitos

Dercino, pai de Fernanda, não quis gravar entrevista, mas disse que está “muito abalado por essa calúnia”.

Já o tio de Fernanda, Adonai Rodrigues, postou um vídeo em uma rede social dizendo que existem pessoas por trás dessa denúncia, mas não sabe com qual objetivo. “Me sinto ultrajado, me sinto ferido talvez no momento mais difícil da minha vida. Mas tenho fé em Deus que a verdade aparecerá”, disse.

Em nota à reportagem, Adonai disse que nos últimos 40 anos trabalhou em várias escolas de Anápolis e que sempre se pautou pelo respeito. Ele afirmou que tem interesse em contribuir para as investigações e está convicto de sua inocência. O diretor de colégio disse ainda que se afastou das atividades escolares até que toda situação seja esclarecida.

A atual direção da Anapolina disse que repudia o comportamento denunciado e que não serão tolerados sob nenhuma hipótese por parte dos seus colaboradores, dentro ou fora do clube. O time disse ainda que Dercino não faz mais parte do quadro de funcionários.

A escola onde Adonai trabalha como diretor disse que apenas ele pode se pronunciar sobre o caso.

Denúncia

Atualmente, Fernanda está casada e faz tratamento para superar o que passou na infância. Em uma rede social, ela tomou coragem e expôs a situação. Em uma das postagem, colocou uma foto de um aniversário e disse que, após a festa, foi estuprada como pagamento pelo que ele teria gasto.

Ela disse que resolveu denunciar o caso, tanto nas redes sociais quanto na delegacia, por não conseguir lidar sozinha com a situação.

“Eu acordo com os passos do corredor na casa. Com os passos que eram os que eram o dele quando ia para o quarto. Eu acordo com ele me chamando de ‘minha filhinha’, ou ‘Nandinha, vem cá no tio’”, disse.

O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, porque os abusos aconteceram quando a manicure ainda era menor. A delegada Kênia Segantini disse que, apesar do tempo em que aconteceram os abusos, eles ainda não prescreveram.

“Há casos em que a vítima é abusada sexualmente dentro do próprio lar por pessoas que seriam responsáveis por denunciar e não vão fazê-lo. Então, entende-se que a partir dos 18 anos ela tem a autonomia para denunciar e a partir daí que começa o prazo [para o crime prescrever]”, explicou.

A manicure aconselha as famílias a ficarem atentas a qualquer indício de violência sexual contra crianças.

“Às vezes a gente acha que o mal está mais longe. No meu caso, ele estava bem mais perto do que se imaginava, porque era meu pai”, completou Fernanda.

Fonte:G1

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