O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, compartilhou em seu perfil no Facebook uma mensagem que recebeu de um aluno que está estudando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015. Nela, o candidato pedia dicas de alguns possíveis temas que poderiam ser cobrados na redação deste ano. Sem apontar pistas, mas indicando um conselho, o ministro pediu que o vestibulando estudasse e praticasse “ética”.
Em seu perfil no Facebook, o ministro fala do seu trabalho no MEC, mas também é ativo ao compartilhar alguns dos bastidores de sua atuação. Em outras postagens já chegou a comentar mensagens diretas que recebe de alunos. Em uma delas, indicou que um dos problemas para a educação é a “falta de curiosidade” e a “preguiça mental” dos jovens (veja o post abaixo).
Na postagem mais recente, o ministro começou apontando: “A maior parte das mensagens que recebo é boa, embora eu não tenha tempo de responder.” Na sequência, copiou a íntegra do pedido que recebeu de um estudante.
“Boa noite ministro! Eu já estou estudando a algum tempo para o enem, e estou pensando em alguns temas que podem cair na redação. O excelentíssimo não poderia me informar algo sobre? Ficarei muito agradecido”, apontava o texto compartilhado por Renato Janine Ribeiro.
Na sequência, o conselho. “Minha resposta: Estude ética. Muita ética! E pratique.”
Depois, nos comentários do próprio post, o ministro alertou aqueles que por acaso não entenderam o recado. “Antes que alguém entenda (!?) que ética será o tema da redação, informo: eu não tenho a menor ideia. Não passou por mim.”
Preguiça mental
Em julho, o ministro fez outra avaliação a partir dos contatos recebidos em suas redes sociais. Veja abaixo a íntegra do post:
“Um dos problemas para a educação – e digo mais: para o desenvolvimento do País – é a falta de curiosidade, a preguiça mental.
Tive exemplos estes dias, com várias mensagens inbox no Facebook, me perguntando se e quando abre o FIES do segundo semestre. Uma questão que qualquer pessoa familiar com a Internet resolveria dando um Google.
E aposto que 90% ou mais de quem usa o Face sabe utilizar o Google!
O que é isso, se não preguiça, falta de curiosidade?
A mesma falta de curiosidade eu vi outro dia, num shopping. Não encontrei sinalização dos números dos andares (e essa história da sinalização dos andares merece um post à parte…) – e então perguntei a três atendentes de lojas. Nenhum deles sabia, sequer, qual era o número ou nome do piso em que trabalham…
O que está tornando nosso País uma nação de jovens sem curiosidade?
E sem a curiosidade, que formação terão eles? Qual será sua capacidade de progredir, de avançar no mercado de trabalho, de formar a trinca que a meu ver compõe a educação bem sucedida – aquela que forma pessoas ricas interiormente, profissionais competentes e cidadãos ativos?
Uma coisa é a Educação – escolas, secretarias, o próprio MEC – ser acolhedora. Queremos ser, temos de ser. Precisamos dar oportunidades a todas as diferenças. É para isso que temos programas que lidam com a diversidade, que abriram e abrem lugar aos discriminados historicamente, como negros, mulheres, indígenas, e tantos outros. É para isso que o ENEM investe dinheiro, bastante dinheiro, para que deficientes de audição e visão possam fazer o exame. É por isso que somos contrários a qualquer discriminação contra os homossexuais.
Mas outra coisa é ser condescendente com a preguiça mental, a falta de curiosidade.
(Por isso, não respondi a nenhuma dessas mensagens. Até porque não tenho tempo para isso, e meu espaço no FB não é um 0800 ou um SAC ou um “Fale com o ministro”. Há telefones e e-mails no site do MEC para isso.)
Só que neste caso a grande razão é: não sejam “nem nem”! Não se infantilizem! Procurem a informação que está disponível! E não fiquem pedindo aos outros a informação que vocês mesmos podem obter.
Ou vão se infantilizar pela vida toda…”
Fonte: G1