A Polícia Civil divulgou na manhã desta quinta-feira (27) que a montagem da rampa que desabou e deixou cerca de 60 feridos em um festival de rap foi precária e feita de maneira inadequada, em Goiânia. Segundo a PC, a superlotação não contribuiu com o acidente.
O g1 entrou em contato com a organização do festival, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Um vídeo mostra o momento em que vítimas são socorridas no local. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas tiveram fraturas expostas e até traumatismo crânioencefálico. No início, foram divulgados 40 feridos, já nesta quinta-feira, na coletiva da PC, foram divulgados que 60 vítimas foram ouvidas.
O acidente aconteceu no dia 9 de julho no Estádio Serra Dourada, por volta das 23h16, e causou pânico nas pessoas que estavam no local. Segundo a polícia, haviam três corredores na rampa e somente um deles desabou. Além das 60 vítimas, mais 10 ainda vão prestar depoimento e a investigação ainda continua.
A Polícia Civil recebeu o laudo da perícia e disse que pelo menos duas pessoas deverão ser responsabilizadas, um engenheiro e um arquiteto, que estavam responsáveis pelo projeto de estrutura da rampa. O vínculo dos profissionais com a empresa de montagem ainda será investigado.
A polícia não divulgou o nome da empresa, por isso, o g1 não conseguiu contato com a defesa até a última atualização desta reportagem.
Rampa que desabou
Uma das jovens que caiu da rampa relatou sobre o desespero que viveu no momento do acidente. Maria Eduarda do Vale, de 23 anos, contou que estava com o namorado e que acabou caindo em cima dele.
A perícia informou que o projeto apresentado da estrutura da rampa não representava o que a equipe visualizou na prática. Uma foto mostra a diferença do projeto da rampa e como ela foi montada (veja abaixo).
Segundo a perícia, a montagem da estrutura dos postes de sustentação dos pisos de madeira da rampa não seguiu o parâmetro correto e devia ter sido feita na vertical em 90º, mas estava na horizontal com 78º de inclinação.
Com essa inclinação fora do padrão, as outras estruturas da rampa fizeram ‘esforços’ a mais, que não estavam previstos, e assim desabou. A equipe de peritos disse ainda que visualizou improvisos na estrutura como amarrações com arames.
Os peritos concluíram ainda que a superlotação da rampa não contribuiu para o acidente, pois ela também foi feita para uma possível saída de emergência, ou seja, deveria suportar um acúmulo de pessoas em situação de pânico.
Fonte:G1