Prefeitura enviou ofícios solicitando providências e suporte a atividades de campanha do candidato ao Senado
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) propôs uma ação civil pública contra o prefeito de Firminópolis, Jorge José de Souza (PP), por improbidade administrativa no dia 5 de novembro. O motivo foi o uso do timbre da prefeitura em apoio à realização de eventos de natureza eleitoral para o então candidato ao Senado, Marconi Perillo (PSDB).
A promotoria de Justiça verificou a existência de ofícios encaminhados ao Cartório Eleitoral de Firminópolis, aos Comandos da Polícia Militar e da Polícia Militar Rodoviária e à Delegacia de Polícia da comarca comunicando a realização de carreatas e passeatas do ex-governador e de sua esposa, Valéria Perillo. Os documentos solicitavam ainda providências para a realização dessas atividades, como reforço do policiamento, por exemplo.
O promotor de Justiça Ricardo Lemos Guerra acredita que esses documentos caracterizam o crime de improbidade administrativa, pois o prefeito fez valer do seu cargo para atingir interesses próprios, “usando o seu cargo e colocando-o à disposição da candidatura de Marconi Perillo, contrariando o interesse público, tratando-se de verdadeira prática de abuso de poder”, concluiu.
Procedimento padrão
Em entrevista ao Mais Goiás, o prefeito afirmou que o envio de ofícios dessa natureza é um procedimento padrão para evitar acidentes e transtornos. “Na época da campanha, o ex-governador Marconi Perillo veio para a nossa cidade junto com uma comitiva para uma carreata. Como o trajeto da atividade atravessava a GO-060 duas vezes, comuniquei a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária. Só enviei ofício ao cartório eleitoral porque era época de campanha. É de praxe avisar a polícia sempre que autoridades visitam Firminópolis”.
Jorge José de Souza disse ainda que a ação é descabida. “Fiquei preocupado com a possibilidade de acidentes. Achei injusto porque eu tenho que zelar para que a cidade não tenha problemas. Se acontece alguma coisa e eu não aviso ninguém, falam depois que o prefeito não tomou as providências necessárias”, concluiu.
Do Mais Goiás