As escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro incendiaram o sambódromo neste domingo, na primeira das duas noites de desfile, que teve conotação de crise política e social
Carros que criticavam o prefeito evangélico Marcelo Crivella, que cortou a verba para os desfiles, ou exibiam o presidente Michel Temer como um vampiro foram alguns dos destaques da noite.
A Paraíso do Tuiuti, apresentou um enredo com o tema “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, que lembrou que, este ano, completam-se apenas 130 anos desde o fim desta forma de exploração humana no Brasil, sem que suas sequelas tenham sido eliminadas.
Várias alas foram dedicadas a lembrar este fato, como o alto nível de desigualdade social, a exploração do trabalho rural e em oficinas industriais, e o trabalho informal. Também denunciaram a recente reforma trabalhista, que flexibilizou as normas de contratação e demissão.
Em um dos carros alegóricos, uma figura de “Drácula” ganhou os traços do presidente Michel Temer.
O protesto “é um caminho que as escolas retomam, porque têm um papel social: reivindicar a voz das pessoas mais pobres”, disse à AFP o professor de história Leo Morais, 39, que interpretou o Drácula.
Fonte: exame.abril.com.br