Tecnologia deverá ser usada em celulares. Nanotubos de carbono suportam mais energia.
Pesquisadores da Nokia desenvolveram um novo tipo de bateria que pode alcançar autonomia 2,5 vezes maior que os componentes atuais. A tecnologia tem tudo para se mostrar atraente em especial nos celulares e outros dispositivos portáteis. Para chegar a este resultado, os cientistas usaram nanotubos de carbono com maior capacidade de reter energia num mesmo volume.
O resultado foi obtido pelo Bell Labs, pertencente à organização finlandesa especializada em pesquisa e desenvolvimento – não confunda com a marca Nokia de smartphones, atualmente sob tutela de uma empresa chinesa.
A nova bateria criada pelos cientistas é mais densa energeticamente e eficiente, tudo sem aumentar o volume do componente, preocupação central para permitir sua adoção em dispositivos portáteis, como celulares.
Segundo artigo publicado na especializada Nature Energy, a nova bateria usa um design que envolve lítio e nanotubos de carbono. A construção da bateria elimina gargalos e focos de ineficiência das baterias tradicionais, permitindo um fluxo de energia extremamente eficiente.
O protótipo permite que o rendimento de um mesmo volume seja 2,5 vezes superior a um equivalente convencional no mercado. Outro desdobramento da tecnologia é que a nova bateria da Nokia deva se mostrar muito mais rápida na recarga.
O estudo compara a nova bateria com as atuais: os especialistas afirmam que, em laboratório, os testes renderam uma bateria com células de 480 Wh/kg (Watts-hora por quilograma), medida de densidade – a relação de quanta energia “cabe” em cada célula da bateria – mais de duas vezes superior à melhor bateria de lítio disponível no mercado na atualidade.
A Nokia descreve a tecnologia como ideal para o uso numa nova geração de dispositivos conectados, todos com acesso às redes 5G, requisito que tende a elevar a demanda por energia em baterias de celulares, drones e acessórios IoT.
A companhia finlandesa também fala em uma nova geração de unidades de armazenamento de energia renovável que seriam usadas na infraestrutura de geração e distribuição de eletricidade e também em automóveis elétricos. Entretanto, ainda não há previsão de quando produtos derivados da pesquisa do Bell Labs alcancem o mercado.
Por Filipe Garrett, para o TechTudo