A empresa biofarmacêutica canadense Medicago anunciou ter produzido uma vacina candidata a ser viável contra o Coronavírus (COVID-19) usando tecnologia baseada em plantas. Vinte dias após obter a sequência genética do SARS-CoV-2 (o vírus que causa a doença pandêmica do momento), os pesquisadores da Medicago produziram com sucesso uma Partícula Semelhante a Vírus (VLP).
A produção do VLP é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma vacina eficiente para COVID-19, e agora passará por testes pré-clínicos de segurança e eficácia. De acordo com a Medicago, a tecnologia baseada em plantas é diferente dos sistemas convencionais de produção baseados em ovos de galinha– que não são apenas mais caros, mas também levam muito mais tempo e apresentam mais falhas.
A biofarmacêutica canadense não trabalha com vírus vivos, mas usa plantas, inserindo uma sequência genética em agrobactérias. Essas bactérias modificadas são absorvidas pelas plantas e transmitem as características desejadas à hospedeira.
A partir daí a planta atua como um biorreator e começa a produzir a proteína que pode ser usada como vacina. Se o vírus sofrer mutações, como é esperado para o COVID-19, é possível reprogramar a agrobactéria e atualizar a produção usando novas plantas.
“Essa é a diferença entre nós e os métodos baseados em ovos. Vamos diretamente à produção da vacina ou do anticorpo sem ter que propagar o vírus”, explica Bruce Clark, CEO da Medicago. Segundo ele, o uso de agrobactérias geneticamente modificadas em plantas funciona mais rápido que os ovos e também facilita a produção da vacina em escala.
Clark garante que sua empresa pode produzir até 10 milhões de doses por mês, mas o problema ainda é o prazo. De acordo com ele, se os obstáculos regulatórios e ensaios clínicos puderem ser resolvidos, a vacina poderia começar a ficar disponível apenas em novembro de 2021.