Os pais de um bebê que morreu na queda de um avião experimental em Goiânia deverão ser indenizados em mais de R$ 150 mil. Um relatório apontou que o acidente aconteceu por uma falha no motor e imperícias do piloto, que também morreu devido a ferimentos da queda.
Nehrú El-Aouar, de 59 anos, era o dono do avião e, no dia 11 de agosto de 2018, saiu para fazer um voo junto com o mecânico de aeronaves Reginaldo Ernane Do Amaral e o filho dele, Davi Andrade do Amaral, de 1 ano. Após a decolagem, o motor apresentou problemas e, ao tentar fazer manobras para pousar, Nehrú acabou batendo contra duas casas.
Davi, que estava no colo do pai, chegou a ser resgatado, mas morreu momentos depois. O piloto teve ferimentos graves e morreu no hospital após 18 dias internado. Reginaldo também ficou ferido na queda, mas sobreviveu.
A família de Davi, então, processou as filhas de Nehrú. O caso ainda é passível de recurso. A defesa da família do piloto disse que não vai comentar a sentença.
Um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou uma série de fatores irregulares. O avião levava três pessoas, mas foi projetado apenas para duas; o piloto não estava qualificado e tinha pouca experiência; e foi feita uma curva com grande inclinação, causando a perca de sustentação da aeronave.
Além disso, o laudo apontou que o combustível usado para abastecer o avião não estava de acordo com as especificações necessárias e que havia problema no sistema que cuida do resfriamento dos motores. Por fim, o Cenipa apontou que a atitude do piloto, a pouca experiência, as decisões tomadas e a aplicação dos comandos no avião contribuíram para o acidente.
No processo, as filhas de Nehrú tentaram argumentar que o mecânico Reginaldo, que estava no voo, era o responsável pelas manutenções e abastecimentos do avião. Porém, essa hipótese não foi aceita, pois testemunhas contaram que piloto era o responsável por todo processo, nunca tendo visto Reginaldo fazer ajustes na aeronave.
As filhas de Nehrú foram condenadas a pagar R$ 150 mil de indenização pela morte do bebê, além dos custos do enterro e R$ 7,5 mil para Reginaldo devido ao tempo em que ficou incapacitado de trabalhar.
Fonte:G1