Toda galáxia tem uma matéria escura. Pelo menos é o que se pensava até a descoberta da galáxia NGC1052-DF2, que foi apresentada na “Nature” nesta quarta-feira (28). A partir de cálculos complexos que determinaram a massa da galáxia, astrônomos chegaram à conclusão que a formação é a única até agora sem uma misteriosa matéria invisível.
Grosso modo, pode-se dizer que a matéria escura é o seguinte: cientistas acreditam que há um material dentro das galáxias que impulsionam o seu movimento, mas como não sabem ainda o que é, definiram esse material como “matéria escura”. Eles também hipotetizam que antes de ter estrelas e planetas, toda a galáxia tinha essa formação em seu interior.
“Encontrar uma galáxia sem matéria escura é algo inesperado porque essa misteriosa substância invisível é o aspecto mais dominante de qualquer galáxia”, disse Pieter van Dokkum, autor do estudo e pesquisador da Universidade de Yale (EUA), em nota.
A descoberta é particularmente importante porque o conceito de matéria escura também está relcionado à explicação dos movimentos das galáxias. No universo, o movimento está relacionado à massa — quanto maior a massa de um objeto, maior a pertubação que ele provocará em seu entorno.
Assim, a velocidade do movimento das galáxias é estimado pela massa dos astros, estrelas, planetas e de outros elementos que a compõem até agora não observados; por isso, a “a matéria escura”.
A Via Láctea, por exemplo, galáxia no qual o nosso Sistema Solar está inserido, possui 30 vezes mais matéria escura que “matéria normal”.
A matéria escura não é somente uma abstração, entretanto. Cientistas têm maneiras de observá-la: seja por meio de sombras; seja por meio de interações gravitacionais com o entorno.
Um dos elementos que mostraram que a galáxia NGC1052-DF2 não possui matéria escura é que as evidências indiretas que indicam a existência da matéria escura não foram observadas.
Fonte: G1