Termina nesta terça-feira (1º) o prazo para apresentação do inquérito da Polícia Federal (PF) contra o ex-ministro José Dirceu. A corporação informou que deve cumprir o prazo e enviar a conclusão das investigações da 17ª fase da Operação Lava Jato ao juiz federal Sergio Moro, o que pode resultar no indiciamento de Dirceu, dentre outros suspeitos.
Inicialmente, o prazo para concluir o inquérito terminaria no dia 17 de setembro. Entretanto, Moro autorizou a prorrogação do prazo até esta terça-feira diante de pedido da Polícia Federal, que alegou ser necessário mais tempo para terminar a análise dos materiais periciados.
Dirceu é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como idealizador do esquema de fraude, corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.
17ª fase
Deflagrada no dia 3 de agosto, esta etapa foi apelidada de “Pixuleco” em referência a como o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tratava os valores supostamente recebidos de propina de empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras.
O ex-ministro “repetiu o esquema do mensalão”, de acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. “Não é à toa que o ministro do Supremo disse que o DNA é o mesmo. Nós temos o DNA, realmente, de compra de apoio parlamentar – pelo Banco do Brasil, no caso do mensalão, como na Petrobras, no caso da Lava Jato”, disse.
“José Dirceu recebia valores nesse esquema criminoso enquanto investigado no mensalão e enquanto foi preso. Seu irmão fazia o papel de ir até as empresas para pedir esses valores.” O procurador afirmou que esta foi uma das razões que motivaram o novo pedido de prisão para Dirceu, que já cumpria prisão domiciliar por condenação no mensalão.
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu, era sócio de Dirceu na JD Consultoria, empresa suspeita de receber R$ 39 milhões por serviços que não foram feitos. Ele também foi preso e pode ser indiciado pela PF.
Conforme as investigações, o grupo de Dirceu recebia propina por meio da JD por contratos na estatal. O grupo também teria recebido valores ilícitos em espécie de prestadores de serviços da Petrobras – as empresas Hope (recursos humanos) e Personal (serviços de limpeza).
Silêncio
Na tarde de segunda-feira (31), Dirceu ficou em silêncio perante à PF. Ele seria ouvido por representantes da corporação, entretanto, por recomendação da defesa, permaneceu calado.
Pela manhã, ele participou da sessão da CPI da Petrobras que, nesta semana, está sendo realizada na capital paranaense para ouvir os presos investigados na Lava Jato, e também ficou em silêncio.
Fonte: G1