Os sacos de açúcar de 21 mil cestas básicas da Prefeitura de Goiânia perderam a validade após os produtos ficarem três meses parados em galpão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na capital. A companhia disse que alertou a prefeitura sobre a validade do alimento por duas vezes.
O secretário de Desenvolvimento Humano e Social da prefeitura, Nélio Fortunato, alegou que o contrato entre a pasta e a empresa que vende as cestas foi assinado pelo antigo gestor, já que ele assumiu o cargo há pouco mais de um mês.
“A primeira coisa que fiz ao assumir e ver a situação foi cancelar o pagamento à empresa até que ela troque todo o açúcar vencido. As cestas que estão sendo entregues agora não são as que tinham vencimento em 30 de junho”, explicou Fortunato.
O secretário disse que as cestas não foram distribuídas antes por falta de responsabilidade do antigo gestor e que vai fazer a entrega do estoque assim que o açúcar for trocado.
Nélio Fortunato disse que o contrato prevê a entrega de 25 mil cestas básicas no valor de R$ 84,57 cada, que soma R$ 2,2 milhões. O antigo secretário pagou R$ 700 mil para a empresa, mas a ordem foi cancelada por ele.
Alerta sobre o vencimento
O contrato para armazenar os alimentos foi assinado em março deste ano entre a Conab e a Secretaria de Desenvolvimento humano e Social de Goiânia, com duração de três meses, podendo ser prorrogado.
Mas dois meses depois da assinatura, o superintendente-regional da Conab em Goiás, Gustavo Gonçalves de Oliveira, emitiu um ofício sobre a situação dos alimentos. Ele alertou à secretaria sobre o “iminente vencimento de alguns produtos”, como do açúcar, datado para junho de 2022.
O superintendente disse também que o longo período de armazenagem pode favorecer o surgimento de insetos e prejudicar a qualidade nutricional dos alimentos, tornando-os impróprios para consumo, e recomendou, de forma urgente, a destinação das cestas básicas.
A secretaria, porém, solicitou a prorrogação do contrato com a Conab por mais 90 dias. Segundo a companhia, das 25 mil cestas armazenadas, apenas 4 mil foram movimentadas pela pasta durante os três meses de contrato.
A Conab afirma que, mesmo as cestas sendo trocadas por novas, elas não devem ser armazenadas por um prazo superior a 30 dias, justamente para evitar a infestação de insetos ou a perda da qualidade.
A cesta básica contém itens essenciais para a alimentação, como arroz, feijão, açúcar, óleo de soja – entre outros.
Fonte:G1