O senador Gladson Cameli (PP-AC), presidente da comissão responsável por analisar a medida provisória (MP) que promoveu ajustes na nova lei trabalhista, renunciou à função nesta quarta-feira (14).
Eleito no último dia 6, quando a comissão foi instalada, Cameli comunicou a decisão em uma carta enviada ao presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (MDB-CE).
Trabalhos da comissão
De acordo com a secretaria do Senado, com a renúncia de Cameli, o vice-presidente da comissão, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), assumirá interinamente os trabalhos até que uma nova eleição seja realizada.
Por falta de consenso, até o momento, não houve a designação do relator da MP, a quem cabe analisar sugestões de alteração ao texto e dar andamento ao projeto. Cerca de mil emendas (propostas de mudanças) já foram apresentadas.
Algumas das emendas têm o objetivo de reestabelecer o imposto sindical, extinto pela nova lei trabalhista.
A edição da MP foi articulada em um acordo entre o governo e senadores que queriam alterações ao texto.
Prazo ‘muito curto’
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o prazo para analisar a medida “é muito curto”, uma vez que o texto perde a validade no próximo dia 23 de abril.
Ele acrescentou que, se as mudanças tivessem sido propostas por projeto de lei, o texto “tinha tramitado”.
“Acho que, se tivesse sido por projeto de lei, tinha tramitado. Medida provisória é sempre mais confusa porque mistura as duas casas [legislativas]. Então, acho que está me parecendo um tempo muito curto para conseguir avançar na matéria por medida provisória”, afirmou Rodrigo Maia nesta quarta.
Após ser votada na comissão mista, a MP ainda será submetida à análise dos plenários da Câmara e do Senado.