Em entrevista ao radiojornal, o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, disse que o Governo do Estado considera “prematuro” falar em reabertura das empresas do setor de turismo nos próximos 45 a 60 dias, embora haja protocolos de retorno sendo elaborados por alguns municípios turísticos. O programa das rádios Brasil Central AM e RBC FM foi apresentado por Jerônimo Venâncio e Rafael Mesquita.
Fabrício lembrou, porém, que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu aos municípios a autonomia para flexibilizar ou não as atividades econômicas locais durante a pandemia da Covid-19. Por isso, ele segue dialogando com os gestores municipais e os empresários das cidades turísticas em busca do melhor momento. Segundo ele, salvo uma ou outra aglomeração, o turismo goiano está colaborando com as medidas de enfrentamento do coronavírus, a despeito da crise que afeta o setor.
Conforme o presidente da Goiás Turismo, em conversas com empresários e secretários municipais de turismo, já se sabe que são muitas empresas fechadas, entre hotéis, bares e restaurantes. Somente em Goiânia, o Sindicato do setor fala em 2.500 demissões. Entretanto, a aceleração da contaminação da Covid-19 segue no Estado e a expectativa é que o turismo sofra um grande baque com o fechamento de empresas e empregos.
Para diminuir esse impacto, foram obtidos recursos de R$ 20 milhões no Ministério do Turismo para linhas de crédito específicas para o setor, operadas pela Goiás Fomento. Mas muitas empresas têm receio de buscar esse crédito pela expectativa de falta de receita. Entretanto, a Agência de Fomento já financiou R$ 3 milhões do montante disponível para o turismo.
Plataformas de hospedagem
Indícios de pequenas aglomerações em cidades turísticas goianas levaram a Goiás Turismo a notificar algumas plataformas de hospedagem que estavam sendo utilizadas para locação de casas de veraneio no Estado. Airbnb e Booking foram notificadas para suspender as reservas enquanto os hotéis locais estiverem fechados. O presidente da Goiás Turismo defende ainda uma regulamentação para essas plataformas, de forma a evitar que pratiquem concorrência desleal com os hotéis.
Fabrício explicou que o debate para a regulamentação das plataformas de hospedagem já estava ocorrendo antes da pandemia. Ele envolve todos os secretários estaduais do turismo. Uma proposta sobre o tema será levada ao Ministério do Turismo.
Sobre a notificação, a Airbnb já entrou em contato com a Goiás Turismo e se comprometeu a não atuar em Goiás nos próximos 30 dias. Ele disse que é necessário ainda discutir a atuação dessas empresas em cada um dos municípios turísticos goianos, os quais registram situações diferentes. Citou Caldas Novas, onde existem muitos imóveis residenciais para fins comerciais, e seria necessária a atuação das plataformas de hospedagem.
“Vamos aguardar o desfecho nos municípios nos próximos dias e atuar de forma segregada”, disse. De acordo com ele, a ideia é regulamentar e dar uma condição de normalidade para os hotéis, quando eles retornarem a funcionar, de forma que tenham condições de competir em situação de igualdade com as plataformas de hospedagem.