“O Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo pela libertação e de combatentes que lutam para proteger as suas terras e os seus cidadãos”, disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em um discurso no parlamento turco nesta quarta-feira (25).
“O Ocidente se uniu e vê o Hamas como uma organização terrorista. Israel, você pode agir como uma organização, porque o Ocidente lhe deve muito. Mas a Turquia não lhe deve nada”, disse Erdogan aos congressistas.
Mas, afinal, o que é o Hamas? O Hamas é um grupo radical islâmico com uma ala militar. A própria palavra “Hamas” é um acrônimo para “Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya” – que em árabe significa Movimento de Resistência Islâmica.
O grupo, tal como a maioria das facções e partidos políticos palestinos, insiste que Israel é uma potência invasora da Faixa de Gaza e que sua missão é libertar os territórios palestinos. Ao longo dos anos, o grupo reivindicou muitos ataques a Israel e foi caracterizado como organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia (UE) e por Israel.
Os ataques de 7 de outubro foram sem precedentes, causando a morte de mais de 1.400 pessoas no sul de Israel. O Hamas também capturou mais de 200 pessoas como reféns e as levou para Gaza. Como resposta, o país de maioria judia tem perpetrado uma série de ataques à Faixa de Gaza os quais vitimaram milhares de civis palestinos.
Erdogan disse que a Turquia “não tem problemas com o Estado de Israel”, mas acrescentou que a Turquia “nunca aprovou as atrocidades cometidas por Israel”.
Erdogan destacou que aproximadamente metade dos mortos nos ataques de Israel a Gaza são crianças. “Dizemos, não matem crianças. Matar pessoas, mulheres e crianças – pessoas inocentes, durante dias a fio não é justificável, mesmo que seja em resposta a alguns atos que não toleramos.”
Desde 7 de outubro, os militares israelenses lançaram ataques implacáveis e um bloqueio total ao território palestino, matando pelo menos 5.087 pessoas, incluindo 2.055 crianças, segundo o Ministério da Saúde palestino em Gaza.
Erdogan também acrescentou que o Ocidente segue censurando e silenciando acadêmicos, estudantes universitários e outros formadores de opinião acerca dos ataques sucessivos de Israel, mas as portas da Turquia estão abertas a “qualquer estudante universitário ou outros devido à sua posição honrosa [de defender os palestinos]”, disse ele.
Fonte: CNN