Preso no Paraguai suspeito de usar documentos adulterados, Ronaldinho Gaúcho teve marcada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) uma audiência de conciliação referente a um processo no qual é acusado de envolvimento com um esquema de pirâmide financeira.
Advogado do jogador, Sérgio Felício Queiroz informou, em nota, que vai se manifestar nos autos do processo.
De acordo com o TJ-GO, a sessão está marcada para o próximo dia 22 de maio, às 14h30, no 1º Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania, em Goiânia.
Na decisão que determinou a audiência, o juiz Abílio Wolney Aires Neto explica que ” o comparecimento na audiência é obrigatório (pessoalmente ou por intermédio de representante, por meio de procuração específica)”.
Processo
A ação foi movida pelo Instituto Brasileiro de Consumo (Ibedec/GO) contra a empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participação LTDA, pertencente ao ex-jogador.
O órgão, sediado em Goiânia, narra que a companhia “não passa de uma simples efetiva pirâmide financeira”, que promete lucros de 400% de juros sobre um valor investido e promessa de ganhos com indicação de novos afiliados.
Narra o processo que, apesar de possuir CNPJ, a empresa não possui endereço de sede e somente um telefone de suporte.
Prisão no Paraguai
Ronaldinho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, foram detidos no último dia 4 de março, após chegar a Assunção, e estão presos de maneira preventiva, que pode durar até seis meses, no país vizinho.
O promotor Osmar Legal – que atua no processo em que Ronaldinho Gaúcho e Roberto de Assis são investigados por uso de passaportes falsos no Paraguai – afirmou no domingo (8) ao Globoesporte.com que os dois também são investigados por outros crimes.
Foi ele quem pediu, no sábado (8), a manutenção da prisão dos brasileiros, alegando “risco de fuga e que o Brasil não extradita seus cidadãos”. Na tentativa de transformar o caso em prisão domiciliar, a defesa alegou que Assis tem um problema no coração e precisa de cuidados médicos. O pedido foi negado na terça-feira (10).
O ministro da Secretaria Nacional Anticorrupção do Paraguai, René Fernández, afirmou que há indícios de que Ronaldinho Gaúcho e Assis depositaram aproximadamente 59 milhões de guaranis (cerca de R$ 42,6 mil) em uma conta de um banco público para dar início aos trâmites de naturalização. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio ABC Cardinal 730 AM, do Paraguai.
De acordo com René, a soma ainda está depositada no Banco Nacional do Fomento (BNF) do Paraguai. O valor seria uma espécie de caução para o início do processo. Na entrevista ele não explica, no entanto, se é possível fazer tal pagamento mesmo sem os pré-requisitos mínimos para a naturalização, dentre eles ter vivido três anos no país.
Fonte: G1