Um dia após fazer uma matéria para o Jornal Nacional sobre câncer de mama, em outubro de 2015, a repórter Elaine Bast recebeu o resultado de sua mamografia, que constatou nódulos malignos em seu seio esquerdo.
Elaine, que é ex-correspondente em Nova York, contou sua história para superar a doença em uma coluna do Notícias da TV. Uma das fontes que entrevistou para fazer a matéria do jornal a ajudou psicologicamente durante o tratamento de saúde. “Ela me ajudou muito, afinal já tinha passado por tudo o que eu ia passar”.
Confira o depoimento completo da jornalista:
“Soube em novembro que precisava retirar a mama esquerda por causa de três tumores descobertos em um check up de rotina. Não tinha nódulos aparentes, não sentia dores, enfim, nada diferente. Soube do resultado exatamente um dia após fazer uma matéria para o Jornal Nacional sobre o assunto… O VT [videotape] era sobre um estudo que falava sobre a importância dos exames preventivos para a detecção precoce do câncer de mama.
A personagem que entrevistei, de apenas 35 anos, havia terminado a quimioterapia quando a encontrei. E foi uma das pessoas que me ajudaram muito psicologicamente nesse processo.
Tenho 42 anos, dois filhos pequenos, amamentei, não há histórico na minha família de câncer de mama. Não esperava passar por isso. Tive muita sorte em ter descoberto logo no início. Apesar de todos os avanços da medicina nessa área, a palavra ‘câncer’ dá sempre muito medo. Mas aprendi que ela não é uma sentença de morte. Retirei toda a mama esquerda e decidi também retirar a direita preventivamente. Não consigo deixar de pensar que realmente tive muita sorte. Não só por ter descoberto no início mas porque pude fazer a reconstrução das mamas na mesma cirurgia. Não precisei ver meu corpo mutilado.
Tive apoio muito importante da minha família, dos meus amigos, dos meus colegas de trabalho. Eles ajudaram a cuidar da minha alma. E os médicos, a cuidar da minha saúde.
Difícil ler notícias sobre mulheres que morrem porque tiveram diagnóstico tardio desse câncer. Seja porque de tão atarefadas se esquecem delas mesmas e deixam de fazer os exames de rotina, seja porque não conseguem agendar consulta ginecológica no sistema público e realizar os exames. Uma doença que tem chance altíssima de cura se for tratada do início. Graças ao diagnóstico precoce, o câncer não parou a minha vida. Eu continuo a minha história. Depois da cirurgia e do tratamento, volto ao trabalho em meados deste mês.”
Fonte: O Popular