Segundo o governo russo, na época foram propostas negociações aos países exportadores, mas apenas EUA e Bélgica se manifestaram e reduziram o número de cargas contaminadas pela mosca. A medida, portanto, vale para Brasil, Índia, África do Sul, Tanzânia e Malawi.
Este ano, houve o registro de 28 casos. A nota russa ressalta que o produto cru é considerado de baixo risco fitossanitário e não precisa de certificados; por esse motivo, os países fornecedores não garantem o cumprimento dos requisitos dos importadores.
Em nota, Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), diz ter ficado surpreso com a decisão. “Estamos em contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para buscar uma solução o mais rápido possível, uma vez que estamos em fase de embarques”, salientou. O Mapa disse que não foi comunicado oficialmente sobre o veto pelas autoridades russas.
Neste ano, já foram embarcadas 12 mil toneladas do produto, com um total de US$ 22 milhões. “A Rússia é um importante importador do tabaco brasileiro, destacando-se entre os dez maiores clientes do produto nos últimos anos. Em 2020, a Rússia importou cerca de 22 mil toneladas, gerando divisas de US$ 54 milhões”, afirmou Schünke.
Entre os principais países que cultivam o tabaco, a China continua liderando, embora tenha reduzido a sua participação de 45%, nos últimos 10 anos para 36% em 2018, assim mesmo é o maior produtor mundial de tabaco. O Brasil ocupa o segundo lugar com 12,5% a Índia 12,3% e os Estados Unidos com 4%.