“Se estancarmos a corrupção, iremos sair da crise”, diz Caiado

“O Estado de Goiás vive um momento de calamidade financeira em decorrência do processo de corrupção instalado na máquina nos últimos anos”, disse o governador Ronaldo Caiado, nesta segunda-feira (25/11), em entrevista, após reunião com o diretor executivo da Organização Transparência Internacional – Brasil (TI), Bruno Brandão. Goiás está entre os sete estados selecionados pela entidade para participar do projeto “Integridade nos Estados Brasileiros”.

“Goiás está incluído com um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo nosso secretário Henrique Ziller, na Controladoria-Geral do Estado, implantando o [Programa de] Compliance Público, primeiro Estado a sair na frente”, ressaltou o governador. Além disso, o Governo de Goiás também inaugurou o Grupo Especial de Combate à Corrupção Núcleo (Geccor), que integra o trabalho de inteligência das Polícias Civil, Militar e Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Ronaldo Caiado ainda citou a participação do Poder Judiciário no combate à corrupção: “O Tribunal de Justiça (TJ-GO) está avançando também com uma Vara própria para julgar e dar celeridade a todos esses processos que lá estão. Tudo isso fez com que nós pudéssemos receber hoje a visita do Dr. Bruno”. E completou: “Já nos posicionamos favoravelmente e no mês de janeiro assinaremos nosso Protocolo de Intenções junto à Transparência Internacional”.

Goiás e os demais estados foram selecionados pela Organização Transparência Internacional devido aos fatores de diversidade regional, política e capacidade institucional. Conforme o diretor executivo, um critério positivo do Estado tem sido a implantação de uma série de medidas desde Ronaldo Caiado assumiu o governo. “Já houve ações concretas, que já foram identificadas como importantes, a exemplo do Compliance, da criação das Varas especializadas em combate à corrupção. Mas é claro que o Estado ainda pode e deve fazer muito”, apontou.

Segundo Bruno Brandão, o papel da entidade junto aos estados selecionados é cooperar e oferecer recursos para a implantação de compromissos e metas concretas a curto e médio prazo. “É uma parceria de, no mínimo, 18 meses, que é o prazo para implementação das ações”, comentou o diretor executivo.

Após a assinatura do Termo de Cooperação entre o Governo de Goiás e a Organização, será realizado um diagnóstico da estrutura administrativa e com metodologias de avaliação de governança, transparência e anticorrupção. A Organização conta com parceria com os Governos do Canadá – que tem a menor percepção de corrupção das Américas – e da Dinamarca – que lidera o ranking de País menos corrupto do mundo.

Internacionalização
Em seguida, 30 representantes dos sete estados brasileiros farão um intercâmbio na Dinamarca para que os brasileiros conheçam as estruturas administrativas do exterior. O projeto também prevê o envolvimento do setor privado, como lideranças empresariais e associações industriais. “O setor privado é o lado da oferta da corrupção e o setor público é o lado da demanda, temos que cuidar dos dois lados”.

Também participaram do encontro o secretário de Estado Henrique Ziller, da Controladoria-Geral (CGE), e Giordano Souza, assessor de Relações Internacionais do Governo de Goiás.

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