Três ligações informando sobre uma mesma ocorrência de incêndio em um prédio Avenida Araguaia, no Setor Central de Goiânia, mobilizou oito viaturas do Corpo de Bombeiros e 21 militares. Só que os chamados na verdade eram trotes. O caso aconteceu na tarde deste domingo (14) e, por sorte, não impediu que uma ocorrência de verdade deixasse de ser atendida pela corporação. As chamadas de socorro foram todas gravadas; ouça acima.
A informação era de um incêndio com duas pessoas presas no apartamento. Como vidas estavam em jogo, as equipes dos Bombeiros se mobilizaram rapidamente Em poucos minutos o prédio já estava cercado pelos militares e por duas ambulâncias, dois caminhões de combate a incêndio e quatro viaturas de salvamento. Os bombeiros vasculharam o prédio inteiro e nada de fumaça e nem de fogo.
As ligações feitas no 193 caíram na central de atendimento.
Veja um dos trechos:
Bombeiro: Corpo de Bombeiros boa tarde, qual é a sua emergência?
Golpista: Ô chefe, deixa eu falar…meu irmão tá tentando ligar aí, a gente tentando, minha irmã também tentando… Aqui na Av. Araguaia em frente a um incêndio.
Golpista: Incêndio. O meu irmão conseguiu tirar uma criança, só tem dois obesos lá dentro.
Bombeiro: Qual que é seu nome?
Golpista: Leonardo (…)
Golpista: Eu tô com eles na linha maninha, calma, calma, para de estresse meu Deus, ô meu Deus do céu.
Só ano passado, segundo a corporação, foram 111 trotes parecidos como o de domingo. Só neste ano, já foram 18.
“Com risco de vida, entre acreditar ou não, a gente sempre opta em acreditar nas informações que o cidadão passa para a instituição”, disse o major Adriano dos Santos.
Os atendentes usam bina para rastrear os números telefônicos, pedem fotos para validar ocorrências, usam câmeras de monitoramento e mapas na tentativa de separar trotes de ocorrências verdadeiras. No entanto, muitas vezes o que dificulta é que as ligações são feitas de telefones públicos.
“Mais de 90% destas ligações via orelhão configuram trote. O problema que prende a linha e a gente não consegue dar aquele atendimento para quem precisa”, disse o sargento Alexandre Correia.
Ainda acordo com os Bombeiros, quando é possível identificar quem faz este de “brincadeira”, o caso é encaminhado para a Polícia Civil, já que passar trote é crime e os suspeitos podem pegar até seis meses de prisão.
Fonte:G1