As pesquisas de boca de urna projetam vitória do PVV (Partido pela Liberdade), do nacionalista Geert Wilders, 60 anos, nas eleições holandesas da quarta-feira, 22. O partido de Wilders deve conquistar 35 cadeiras. A Aliança Trabalhista Verde deve obter 26 cadeiras, o Partido do Povo pela Liberdade e Democracia (VVD), 23, e o Novo Contrato Social, 20.
A Holanda é uma monarquia parlamentar e Wilders terá que formar uma maioria com ao menos 76 deputados para governar o país e ser escolhido primeiro-ministro. Ele tem amenizado o discurso crítico à imigração desenfreada e, segundo previsões de especialistas, sua coalizão poderá chegar a até 79 cadeiras, caso seja bem sucedida nas negociações. Sua vitória representa uma forte guinada na política da Holanda.
Se Wilders se tornar primeiro-ministro, o povo holandês terá dado uma mensagem clara aos líderes europeus que advogam por imigração ilimitada e sem assimilação. Um passo histórico pode ser o “Nexit”, a versão holandesa do Brexit, a convocação de um plebiscito para que o eleitor diga se quer ou não continuar atrelado à União Europeia.
Geert Wilders tem uma longa história de embates com o extremismo islâmico, tendo sido condenado por “discurso de ódio” em 2016. Há até pouco tempo, tinha que andar com seguranças por conta de constantes ameaças. Ele é um defensor entusiasmado de Israel, onde morou por dois anos.
Em 2010, Wilders afirmou: “Eu não tenho um problema e meu partido não tem um problema com os muçulmanos como tal. Há muitos muçulmanos moderados. A maioria dos muçulmanos são cidadãos que respeitam a lei e querem viver uma vida pacífica, como vocês e eu. Eu sei disso. É por isso que sempre faço uma distinção clara entre o povo, os muçulmanos, e a ideologia, entre o Islã e os muçulmanos. Há muitos muçulmanos moderados, mas não existe tal coisa como um Islã moderado.”
O debate sobre imigração ganhou cores dramáticas em 2002, quando Pim Fortuyn, um dos políticos mais populares da Holanda, abertamente gay e defensor de bandeiras populistas, foi assassinado pelo ativista de esquerda Volkert Van der Graaf. Ele acusou sua vítima de usar islâmicos em seus discursos como “bodes expiatórios”. O assassino saiu da prisão em 2014, após cumprir dois terços da pena.
Fonte: O antagonista