O Banco Central calcula que a economia brasileira irá encolher 3,6% e a inflação chegará a 10,8% neste ano, de acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado nesta quarta-feira (23). A projeção é pior do que a divulgada no relatório anterior, em setembro, quando o BC falava em encolhimento de 2,7% da economia e inflação de 9,5%.
Segundo a estimativa do BC, o dólar deve fechar este ano em R$ 3,90 –mesma projeção feita em setembro.
Para o ano que vem, a projeção do BC é de que a inflação chegue a 6,2%, também pior do que a expectativa anterior, de 5,3%, mas ainda abaixo do teto da meta do governo.
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (na prática, variando entre 2,5% e 6,5%). Quando a alta de preços supera o limite máximo, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando os motivos.
Ao longo do ano, o BC foi piorando suas projeções para a economia brasileira. Veja a evolução:
Projeção para o PIB
- -0,5% em março de 2015
- -1,1% em junho de 2015
- -2,7% em setembro de 2015
- -3,6% em dezembro de 2015
Projeção para a taxa básica de juros (Selic)
- 11,75% a.a. em dezembro/2014
- 12,75% a.a. em março/2015
- 13,75% a.a. em junho/2015
- 14,25% a.a. em setembro/2015
- 14,25% a.a. em dezembro/2015 (não há mais reuniões sobre juros neste ano)
Projeção para o dólar
- R$ 2,55 em dezembro/2014
- R$ 3,15 em março/2015
- R$ 3,10 em junho/2015
- R$ 3,90 em setembro/2015
- R$ 3,90 em dezembro/2015
Projeção para a inflação
- 6,1% em 2015 e 5% em 2016 (previsão de dez/14)
- 7,9% em 2015 e 4,9% em 2016 (previsão de mar/15)
- 9% em 2015 e 4,8% em 2016 (previsão de jun/15)
- 9,5% em 2015 e 5,3% em 2016 (previsão de set/15)
- 10,8% em 2015 e 6,2% em 2016 (previsão de dez/15)
Sonho de inflação a 4,5% mais distante
Em seu último relatório, o BC indica que a inflação no centro da meta do governo (4,5%) está mais distante de virar realidade.
Até setembro, o BC dava a entender que conseguiria baixar a inflação para 4,5% até o final de 2016. No fim de outubro, porém, já tinha jogado a toalha, estendendo esse horizonte para 2017 diante do cenário de indefinições fiscais e turbulências políticas no Brasil.
A projeção agora é de alta de preços a 4,8% ao final de 2017.
Fonte: Uol