Apoio de Iris a Daniel tem dedo de Temer

Em política, nada acontece por acaso. Houve interferência do presidente da República, Michel Temer (MDB-SP), na precipitação do anúncio por parte do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, no apoio à candidatura do deputado Daniel Vilela para o governo estadual. O prefeito, que sempre quis levar o partido a apoiar o senador Ronaldo Caiado (DEM), estava decidido a levar a questão com a barriga até agosto, mas foi convencido a ceder por pressão do Planalto. O ministro Eliseu Padilha, operador político de Temer, ligou para Iris sugerindo que a caneta do presidente está cheia de tinta e que ele vê com simpatia a candidatura do correligionário Daniel e com maus olhos o pleito de Caiado, que tem atacado o governo do emedebista. O decano do MDB goiano entendeu o recado e logo fez o anúncio. No dia seguinte, o governo federal liberou verbas para a Prefeitura de Goiânia, notadamente para as obras do BRT.

O Palácio do Planalto também vai pressionar os cinco prefeitos dissidentes do MDB a deixar Caiado e dar sustentação à candidatura de Daniel. Adib Elias (Catalão), Paulo do Vale (Rio Verde), Ernesto Roller (Formosa) e Renato de Castro (Goianésia) serão chamados na regulagem. O prefeito de Turvânia, Fausto Mariano, quinto da lista, é considerado inexpressivo e não preocupa o Planalto.

A interlocutores próximos, Ronaldo Caiado não tem poupado Iris pelo apoio a Daniel. Acusa o prefeito de ingratidão e de se vender por verbas do governo federal. A primeira reação do líder ruralista ao saber do apoio de Iris a Daniel foi ligar para a filha Ana Vitória, titular da Procuradoria-Geral do Municí­pio, e ordenar que ela pedisse demissão. Ronaldo Caiado não tem dúvidas de que Iris só apoiou Daniel Vilela em troca de liberação de verbas do governo federal.

Ronaldo Caiado certamente não gostou, mas o jogo político tem dessas coisas. Se Michel Temer de fato influenciou o prefeito Iris Rezende no apoio a Daniel, ele fez um lance político-partidário. Ou Temer deveria ficar inerte vendo um adversário, o senador Ronaldo Caiado, se articular com o seu partido, na tentativa de se viabilizar como candidato ao governo de um Estado importante como Goiás?

Obviamente, a resposta é não. Fosse um democrata presidente da República, sem dúvida que também estaria jogando para favorecer um nome de sua sigla. Faz parte e como diz o velho ditado: o bom cabrito não berra.

Por sinal, Caiado teve solidariedade do vice-presidente regional do MDB e deputado estadual José Nelto, que reclamou do apoio de Iris Rezende à pré-candidatura de Daniel Vilela. Nelto, que pode ser chamada de Sr. Incoerência, é outro emedebista que quer entregar o MDB ao senador do DEM.

Fonte: Jornal opção

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