Artigo | Brasil é o país mais visado para ataques cibernéticos: como o monitoramento de dispositivos pode ajudar?

Por: Vinicius Oliverio

 

Não é de hoje que temos enfrentado uma grande onda de ataques cibernéticos. No mundo corporativo, é cada vez mais recorrente encontrar empresas que passaram por alguma invasão. Como prova disso, o novo Panorama de Ameaças de 2023, divulgado pela Kaspersky, companhia russa de tecnologia, afirma que o Brasil é o país mais visado da América Latina, com 1,2 milhão de ataques e nos coloca em 5º lugar na posição global. Ainda assim, pouco se discute este assunto dentro das corporações, o que acende a urgência de falarmos de mapeamento dessas ameaças para o sucesso de negócios.

 

Ao olhar com mais profundidade para os números, o panorama mostra que 2,3 milhões de tentativas de infecção cibernética aconteceram na América Latina no período analisado, o que representa uma média de cinco ataques por minuto na região. Por sua vez, o país mais atacado é o Brasil e completam o ranking México (8ª), Equador (23ª), Colômbia (30ª), Argentina (45ª), Peru (46ª) e Chile (54ª). Na lista das ameaças mais comuns, a liderança se dá pelos golpes criados no Brasil (trojan Banbra, Brats e Basbanke) – estes que representam quase 60% das tentativas de infecção para celular na América Latina nos últimos 12 meses.

 

O que poucos executivos sabem é que esse problema afeta diretamente nos custos operacionais das suas empresas. Afinal, a mobilidade corporativa vem desempenhando um papel fundamental para o sucesso do negócio. Então é necessário se preocupar em fazer uma gestão e proteção eficiente, contribuindo com a segurança dos usuários. Nesse contexto, é preciso ainda entender o quanto a proteção de dados é essencial para a segurança e a prevenção de incidentes. Sendo assim, o que pode ser feito na prática?

 

Uma empresa pode adotar várias medidas: a criptografia, que ajuda a proteger os dados sensíveis, tornando-os inacessíveis para pessoas não autorizadas; o controle de acesso,  garantindo que apenas funcionários autorizados acessem dados: políticas de senhas fortes, que ajudam a evitar o acesso não autorizado; e por fim, o controle de transferência dos dados, essencial para monitorar e gerenciar como são transferidos dentro e fora da organização, evitando que informações sigilosas sejam acessadas sem permissão em ativos que não são da companhia.

 

Além disso, outros benefícios podem ser observados com o monitoramento de dispositivos móveis, a otimização de custos através do uso eficiente de planos de dados, evitando o uso excessivo ou desnecessário é um deles. O aumento da produtividade também pode ser visto como um exemplo, à medida que serão necessárias menos horas extras, e os funcionários trabalharão de maneira mais eficiente, diminuindo a necessidade de mais recursos.

 

Mesmo com a clareza da importância dessa estratégia de proteção e otimização de custos, não posso deixar de citar que existem desafios nesta implementação: a resistência dos funcionários, preocupações com a privacidade, o gerenciamento de dados coletados e o cumprimento das leis de proteção de dados são cada vez mais citadas nesse processo. Entretanto é importante que a empresa comunique de forma transparente suas políticas e obtenha o consentimento quando necessário.

 

E se posso dar um conselho, garanta uma abordagem equilibrada entre segurança e privacidade. Escolha o software que melhor se adeque à sua realidade, tenha políticas de controle bem definidas, comunique-as de forma clara e assegure-se de estar em conformidade com as leis de proteção de dados. Fazendo isso, todos saem ganhando!

 

*Formado em Ciência da Computação pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), com Mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), Vinicius Oliverio é fundador da Urmobo, plataforma de gerenciamento de dispositivos móveis e gestão de ativos fundada em 2017, em Ribeirão Preto (SP), ao lado dos sócios Vicente Oliverio e Thiago Carvalho. É responsável pela área de Tecnologia da Informação.

 

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