Ciclone bomba: como choque de massas formou fenômeno que devasta Sul do país

Nos últimos dois dias, moradores da região Sul do Brasil, principalmente de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contabilizam prejuízos após a passagem de um ciclone extratropical pela região, o “ciclone bomba”, como foi batizado. Apreensiva, a população ainda se preocupa com os efeitos que o fenômeno, que já chegou ao oceano, ainda pode causar nos próximos dias.

A previsão é de que ele ainda provoque ventos fortes desde o sul do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, além de queda na temperatura até o fim de semana.

Meteorologistas ouvidos pela BBC News Brasil disseram que é comum que ciclones como esse atinjam o Brasil, principalmente durante a primavera e o outono. Mas por que este foi tão forte e causou tantos estragos?

O meteorologista, Francisco de Assis, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirmou que a força do fenômeno foi determinada pelo grande contraste entre as temperaturas que formaram o ciclone.

“Ele se formou a partir de uma massa de ar quente que estava perto do Mato Grosso do Sul e Paraguai com outra de ar frio vinda do norte da Argentina, na região que chamamos de ciclogenética. Foi registrada uma queda de pressão muito forte do ar quente e isso deu mais força para a atuação da alta pressão da massa de ar frio”, afirmou Assis.

Ele disse, porém, que os efeitos do fenômeno serão mais leves nos próximos dias, mas ainda causarão instabilidade climática. As áreas litorâneas, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ainda terão ventos fortes e mar agitado.

“As temperaturas vão cair bastante. Há a possibilidade de neve nas serras gaúchas. Isso ocorre porque a instabilidade na atmosfera causa a formação de nuvens e chuva intensa no início do ciclo. Quando ele se estabiliza a temperatura cai bastante e a chuva diminui”, afirmou o especialista no Inmet.

Os meteorologistas disseram que é comum que tornados menores se formem durante a passagem de ciclones como esse.

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