Os funcionários da BRF, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, estão com medo de demissões após a União Europeia anunciar a proibição de 20 frigoríficos no Brasil de exportar para a região por questões sanitárias. A unidade goiana está na lista. A empresa se defende e ressalta que ação é para proteger o mercado local.
O operador de máquinas Fábio Barbosa da Silva trabalha na unidade de Rio Verde há 12 anos. Ele é um dos funcionários que entrarão em férias coletivas no próximo mês. A medida desperta o medo de demissões. “Tem muitas pessoas que têm compromisso, contas a pagar, isso deixa muitas pessoas preocupadas”
O bloqueio aos frigoríficos foi anunciada na quinta-feira (19). O embargo entrará em vigor 15 dias após a decisão ser oficialmente publicada.
“Nós confirmamos que os representantes dos países votaram por unanimidade a favor de deslistar 20 estabelecimentos brasileiros de exportar carne e seus derivados (especialmente frango). A medida proposta pela comissão europeia é relativa a deficiências detectadas no sistema brasileiro oficial de controle sanitário”, disse a UE, em comunicado da comissão sanitária do bloco.
A fábrica da BRF em Rio Verde abate mais de 400 mil frangos por dia. Com o fim do envio das aves para países europeus, o receio dos funcionários é que a produção diminua e possa haver demissões. “Vai prejudicar praticamente a cidade toda”, disse o higienizador Edvaldo Oliveira de Souza.
Em nota à TV Anhanguera, a BRF disse que a suspensão dos frigoríficos não foi baseada em questões sanitárias, e sim motivada por questões políticas de protecionismo ao mercado europeu. A empresa disse ainda que ainda não foi oficialmente informada sobre a decisão.
“Diante desta nova realidade, a BRF iniciará a revisão de seu planejamento de produção, que já considera o regime de férias coletivas em quatro de suas unidades: Capinzal (SC), Rio Verde (GO), Carambeí (PR) e Toledo (PR). Ainda é prematuro prever o impacto dessa revisão, dada a complexidade da cadeia produtiva na qual a BRF está inserida”, afirma o comunicado.
A BRF conclui dizendo que vai procurar seus direitos perante os órgão europeus responsáveis e apoiar integralmente as ações do governo brasileiro.
Fonte: G1