Há evidências de que Lula recebeu R$ 30 mi desviados da Petrobras, diz MPF

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, e seu instituto receberam R$ 30 milhões, entre 2011 e 2014, de empreiteiras investigadas no esquema de corrupção na Petrobras. Para o Ministério Público Federal, há evidências de que Lula recebeu dinheiro desviado da estatal.

De acordo com a Procuradoria, o ex-presidente e seus familiares receberam “vantagens indevidas” das empreiteiras, entre elas pagamentos de benfeitorias notríplex no Guarujá (SP) e no sítio em Atibaia (SP). Procuradores dizem acreditar que os imóveis são do ex-presidente, que nega ser o proprietário.

Lula foi ouvido nesta sexta-feira (4), durante quatro horas, no escritório da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, onde chegou por volta das 8h e saiu às 12h20. O conteúdo do depoimento ainda não foi divulgado.

Segundo o procurador da República Carlos Fernando Lima, 60% (R$ 20 milhões) das doações ao Instituto Lula e 47% (R$ 10 milhões) dos valores pagos a LILS Palestras, Eventos e Publicações (empresa que tem o ex-presidente como sócio) vieram das maiores empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

As empresas são: Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e UTC. “É o núcleo duro do cartel que dilapidou o patrimônio da Petrobras”, afirmou o procurador.

“Hoje estamos analisando evidências de que o ex-presidente e sua família receberam vantagens para consecução [obtenção] de atos dentro do governo. Isso ainda é uma hipótese investigativa. Existem evidências de pagamentos de vantagens. Não há nenhuma motivação plausível para esses pagamentos”, detalhou Lima.

O procurador afirmou ainda que a força-tarefa investiga “favores feitos pelas empreiteiras OAS e Odebrecht” a Lula. “Temos bem claro que houve pagamentos de benfeitorias no tríplex no Guarujá [SP] e em um sítio [em Atibaia (SP)], que estamos investigando a propriedade, mas acreditamos, até o momento, que seja de Luiz Inácio”, declarou.

Outro “favor” citado pela força-tarefa foi o pagamento pela OAS da mudança de Lula quando ele deixou Brasília. Parte da carga, que ocupou oito contêineres, foi levada para o sítio em Atibaia e o resto para o tríplex no Guarujá. O custo total da mudança teria sido de R$ 1,3 milhão.

Fonte: Uol

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