Liminar obriga donos a limpar
terrenos para evitar a dengue em
Alto Araguaia
Alto Araguaia, MT – A falta de colaboração de proprietários de terrenos baldios em
relação à limpeza é motivo de preocupação no município de Alto Araguaia (Sudeste de
Mato Grosso). A boa notícia, porém, é que nesta quarta-feira (25) o promotor de
Justiça João Batista de Oliveira, da Promotoria de Justiça, vinculada ao Ministério
Público do Estado (MPE), obteve medida liminar em Ação Civil Pública determinando
que proprietários de terrenos baldios sem manutenção façam a limpeza sob pena de
multa.
A decisão visa mitigar os efeitos da dengue, diminuindo os locais propícios à
proliferação do mosquito aedes aegypti, que transmite o vírus causador da doença, da
Zika Virus e da Febre Chikungunya. A ação é uma força-tarefa formada pelo Ministério
Público Estadual (MPE), Poder Judiciário, Prefeitura e Câmara de Vereadores de Alto
Araguaia.
De acordo com a decisão judicial, a limpeza deve ser efetuada até dia 10 de
dezembro. Os proprietários que não acatarem pagarão multa diária de R$ 500,00 a
partir do dia 12 de dezembro. Os valores podem chegar a R$ 5 mil. Ainda de acordo
com a decisão, o proprietário que não proceder com a limpeza, além da multa cobrada
judicialmente, responderá por omissão.
A liminar têm como base a legislação ambiental, o princípio da função social da
propriedade e o combate à exposição da comunidade ao risco de doenças como
dengue, entre outras, pela falta de limpeza e manutenção dos terrenos. De acordo
com o Código de Posturas de Alto Araguaia, é dever do proprietário manter o terreno
em condições higiênico-sanitárias adequadas.
Muitos terrenos estão tomados pelo mato, acumulam lixo, são potenciais criadouros do
mosquito e também podem servir de esconderijo para animais peçonhentos.
“Demonstra o Ministério Público que os requeridos [proprietários], ainda que intimados,
não procedem com a devida limpeza dos terrenos de sua propriedade, colocando em
risco a saúde pública, expondo a sociedade a riscos decorrentes de sua conduta
omissiva. A prova inequívoca emerge dos documentos (…) consistentes em
notificações expedidas pela administração municipal em desfavor dos requeridos, bem
como em registros fotográficos dos terrenos. A situação atual em que se encontra o
terreno coloca em risco a população, expondo a comunidade a riscos de doenças”,
cita um trecho do despacho da liminar.
O objetivo com a ação é de reforçar o combate à dengue já que o período chuvoso
tem se tornado mais agudo e deve se estender até maio do próximo ano. Em 2013,
foram registrados 42 casos da doença. Em 2014, o número caiu para apenas dois
registros. Somente o início do ano até agora já foram 174 suspeitos com 64 casos
confirmados.