Morre a escritora Maria Eloá, aos 100 anos de idade

Morreu nesta quinta-feira, dia 16, aos 100 anos de idade, a professora e escritora Maria Eloá de Souza Lima, um dos maiores nomes da cultura de Jataí e da região em todos os tempos. Maria Eloá nasceu no dia 27 de junho de 1923, na Fazenda Santa Clara, antiga Serra do Cafezal, então município de Jataí.

Ela era filha de Antônio Francisco de Souza e Maria Hipólita de Lima. Foi casada com Antônio Cândido de Lima, também já falecido, e dessa união nasceu a única filha: Célia Maria de Lima.

Depois de lecionar na zona rural, Maria Eloá mudou-se para a cidade de Jataí, onde deu aulas no Colégio Estadual Nestório Ribeiro e no Instituto Samuel Graham, e por um período no Colégio Paulo VI, na capital Goiânia.

No campo literário escreveu e publicou os livros “Serra do Cafezal”, “Mariquinha do Sobrado” e “Ana Prudenciana”. Ela também foi uma das fundadoras da Academia Jataiense de Letras (AJL), além de ter dado aulas de esperanto, considerada a linguagem universal.

Em sessão solene realizada no dia 28 de junho de 2023, no plenário João Justino de Oliveira, Maria Eloá recebeu o título de cidadã benemérita de Jataí. Ela fez questão de comparecer ao Palácio das Abelhas para receber a homenagem, proposta pelo vereador Vicente Mantelli e aprovada por todos os parlamentares.

Em artigo publicado no jornal “Diário da Manhã”, em 2016, o advogado Irani Inácio de Lima escreveu sobre Maria Eloá: “Os bons frutos desta frondosa árvore cultural, amealhados com a experiência de quem ainda moureja jornadeando entre a luta pela sobrevivência e o incontrolável desejo de saber e de iluminar-se da vez mais, guindaram-na ao mais elevado patamar da literatura goiana. Assim emergiu dos recônditos de sua própria interioridade luminosa e fértil, a beleza poética e literária que deu origem ao ‘Serra do Cafezal’ I e II, que à semelhança do ‘Grande Sertão: Veredas’ de Guimarães Rosa, coloca a alma do povo na trincheira dos humildes. Em outro foco de indizível formosura literária a beleza singular e majestosa brinda seus leitores com o ‘Ana Prudenciana’, o ‘Mariquinha do Sobrado’ e de ‘O Jesuíta’, romance que deve vir a lume brevemente retratando uma história real. Em todas estas obras memoráveis e de inestimável valor literário, por certo o leitor amigo encontrará ali a alma generosa e encantadora da extraordinária mãe de família e dona de casa, da incomparável professora, da arrebatadora poetisa, da excelente romancista, da exímia trovadora, da fluente prosadora, da bela declamadora, da universal esperantista, da laureada escritora, da prendada costureira e da caprichosa artesã Maria Eloá de Souza Lima. Eis a afetuosa e merecida homenagem que ousamos prestar através deste singelo e descolorido artigo de nossa humilde lavra a um exemplar humano de excelente magnitude”.

Irani, jataiense, também falecido recentemente, completou seu texto exortando: “Avante, Eloá, arauto da democracia e timoneira da liberdade, que em suas inúmeras andanças pelo caminho do tempo vai deixando os legados preciosos da marca indelével de suas pegadas de amor e um rastro de luz pelos caminhos por ela percorridos”.

 

Francisco Cabral

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