No 2º dia em Israel, Bolsonaro condecora militares que estiveram em Brumadinho

Presidente agradeceu ajuda e comparou trabalho feito na tragédia da Vale com resgate que ele fez quando estava no Exército. Bolsonaro também visita nesta segunda lugares sagrados para católicos e judeus.

No 2º dia da visita oficial a Israel, o presidente Jair Bolsonaro participou nesta segunda-feira (1º) da cerimônia de condecoração dos militares israelenses que ajudaram no resgate de vítimas da tragédia em Brumadinho.

A agenda presidencial começou com uma visita à unidade de contraterrorismo da polícia israelense. Em seguida, Bolsonaro seguiu para a homenagem aos integrantes do Exército de Israel que estiveram no Brasil.
Os militares israelenses foram condecorados com a insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.

Na cerimônia de condecoração, Bolsonaro fez um discurso em que relatou ter feito, em 1985 no Rio de Janeiro, um resgate a vítimas de um ônibus que caiu em um rio e provocou a morte de 15 pessoas. Ele contou que estava na ativa no Exército na época e se voluntariou para ajudar no resgate enquanto estava de férias.

“O trabalho de vocês [militares israelenses] foi muito semelhante ao meu, humildemente prestado por mim no passado: confortar os familiares, ao encontrar um ente que estava ali”, disse.

“O trabalho dos senhores foi excepcional, fez com que nossos laços de amizade, de há muito, se fortalecessem. Nós, brasileiros, nunca esqueceremos o apoio humanitário por parte de todos vocês.”

Muro das lamentações e Santo Sepulcro

No fim da tarde, após almoço privado, Bolsonaro fará visita ao Santo Sepulcro e ao Muro das Lamentações (10h30, em Brasília).

O Muro das Lamentações é o lugar de peregrinação do judaísmo onde são feitas orações e são deixados desejos por escrito. Bolsonaro deverá visitar o local sagrado para os judeus ao lado do premiê israelense, Benjamin Netanyahu.

O Santo Sepulcro é a basílica reconhecida por parte da comunidade católica como lugar onde ocorreu a crucificação de Jesus Cristo.

O presidente brasileiro está desde domingo (31) em Israel para uma visita que vai até quarta-feira (3). Após se encontrar com Netanyahu, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial do governo brasileiro em Jerusalém, cidade considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos e que não é reconhecida internacionalmente como capital israelense.

A abertura do escritório em Jerusalém é uma saída diplomática para o embaraço gerado com países árabes após o presidente ter manifestado a intenção de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, como fez Donald Trump.

Apesar do recuo parcial, a medida foi condenada com veemência pelos palestinos, e o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina chamou de volta o embaixador no Brasil para consultas e para estudar uma resposta à medida.

Em comunicado, o ministério palestino classificou a decisão brasileira de “flagrante violação de legitimidade internacional e suas resoluções e uma agressão direta ao nosso povo e seus direitos.”

Israel considera Jerusalém a “capital eterna e indivisível” do país, mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.

Visita a Israel

Ao desembarcar no país do Oriente Médio, Bolsonaro retribui a presença do premiê israelense Benjamin Netanyahu na cerimônia de posse dele em 1º de janeiro.

Neste domingo, a imprensa de Israel tratava como uma das principais pautas da visita do presidente brasileiro a possível definição de mudar a embaixada para Jerusalém.

Um dos principais aliados externos de Bolsonaro, o primeiro-ministro de Israel foi recepcionar o colega brasileiro no aeroporto de Tel Aviv, distinção que ele reservou a poucos chefes de Estado ao longo dos quatro mandatos em que está à frente do governo israelense. Do aeroporto, a comitiva brasileira se deslocou diretamente para Jerusalém.

Mais tarde, Bolsonaro e Netanyahu tiveram uma reunião de trabalho no gabinete do primeiro-ministro, na qual assinaram acordos bilaterais.

Impacto eleitoral e denúncias de corrupção

A visita de Bolsonaro ao premiê israelense ocorre às vésperas de eleições convocadas para 9 de abril, nas quais é possível que Netanyahu, líder do partido de direita Likud, deixe o poder. O parlamento de Israel aprovou a própria dissolução em dezembro, antecipando a votação que deveria ocorrer até novembro de 2019.

A convocação de eleições foi interpretada como uma manobra do premiê contra desdobramentos de denúncias de corrupção. Entre elas estão a suspeita de ter usado seus poderes no ministério das Comunicações para obter cobertura favorável de veículos da imprensa, de ter recebido favorecimento ilícito na compra de submarinos da Alemanha e ainda de ter recebido presentes caros de empresários.

A imprensa local aponta que a visita do líder brasileiro tem sido usada para “impulsionar” a campanha de Netanyahu. O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, foi perguntado pelo correspondente Rodrigo Alvarez, da TV Globo, sobre o possível uso eleitoral da visita realizada dias antes do pleito. “Foi uma coincidência. (A viagem) é uma prioridade para o Brasil e um marco importante”, disse Flávio Bolsonaro.

A viagem de Bolsonaro a Israel é o quarto compromisso oficial de Bolsonaro no exterior desde que assumiu a Presidência. Antes de ir ao Oriente Médio, ele já viajou para a Suíça, os Estados Unidos e o Chile.

A comitiva presidencial é formada pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Também viajaram para Israel com o presidente da República os senadores Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho de Jair Bolsonaro –, Chico Rodrigues (DEM-RR) e Soraya Thronicke (PSL-MS), além da deputada Bia Kicis (PSL-DF).

Fonte;G1

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