Polícia investiga mãe e tia-avó suspeitas de incitarem menino deficiente de 2 anos a comer ração em vasilha de cachorro

A Polícia Civil investiga mãe suspeita de incitar um menino deficiente de 2 anos a comer a ração do cachorro e registrar a cena, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. No vídeo, a mulher fala de maneira agressiva com a criança, que está deitada de bruços no chão, com o rosto dentro da vasilha do animal. Além dela, uma tia-avó materna da criança também teria participado das agressões. O garoto não consegue andar.

Em nota assinada pela advogada Márcia Gabrielle Sampaio Carvalho, os pais da criança negaram intenção “pejorativa ou maldosa” na gravação das imagens, “uma vez que a criança é muito amada e cuidada por todos que o cercam” e dizem estar sofrendo com a repercussão do caso.

“[O sofrimento ocorre] Por crueldade e irresponsabilidade de sua avó paterna que, ao ter acesso ao vídeo em um grupo familiar, distorceu os fatos e lançou as imagens nas redes sociais de forma negativa, ganhando interpretação diversa do contexto real das gravações (sic)”, diz o texto.

No vídeo, as mulheres pedem para que o cachorro da casa se afaste e riem do garoto. Durante a gravação, elas chamam a criança pelo nome do cão e usam um “filho” ou “2” em seguida.

Mãe: “Ei, menino, você não vai almoçar, não?”

O caso foi denunciado pela avó paterna nesta quarta-feira (4). Em depoimento, ela afirma que o garoto tem insuficiência múltipla e mora com a mãe e a tia-avó. Aos fins de semana, o menino fica com a avó paterna, que disse já ter recebido a criança com alguns machucados e que sempre “tira a história a limpo”.

A avó paterna contou ainda que estava vendo televisão quando o celular tocou e ela percebeu ter recebido uma mensagem da tia-avó do neto.

“A mesma lhe enviou um vídeo contendo imagens da vítima se ‘rastejando’ no chão para comer na vasilha de ração dos cachorros da casa da suposta autora, onde a mesma grita no vídeo: ‘[Nome do cachorro] filho, você não vai almoçar, não?”, diz o depoimento.

Em seguida, a avó paterna diz ter recebido uma mensagem com o texto “vem fazer almoço para mim vovó! Estou tendo que improvisar um lanchinho”. A mulher conta ter ido buscar a criança de imediato. Depois, a mãe da criança foi à casa dela e ambas discutiram por causa do vídeo.

Investigação

“A avó recebeu esse vídeo da tia da mãe do menino e ficou indignada. Essa tia que fez a gravação e a mãe acompanhou tudo. Imediatamente a avó foi na casa da nora e buscou a criança, que começou a passar mal. Então, ela veio hoje e denunciou o caso. Agora vamos intimar ainda essa semana as duas mulheres para prestarem depoimento”, disse o delegado.

“Ainda não sabemos qual foi o objetivo das duas em gravar esse vídeo, ee elas consideram aquilo uma brincadeira. Não tinha nenhum momento ali que possa ser considerado uma brincadeira”, completou o delegado.

Ainda de acordo com a advogada dos pais, a denúncia “está causando grande sofrimento e dor em todos” que cercam o menino “e dedicam integralmente seus dias em prol do seu bem estar”. Eles afirmam que a criança é “bastante amada, bem cuidada e feliz” e que isso foi comprovado por visita do Conselho Tutelar e do Creas.

O artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente diz que submeter criança e adolescente, sob autoridade, guarda ou vigilância dos pais ou responsáveis, a vexame ou a constrangimento prevê pena de detenção de 6 meses a 2 anos.

A polícia suspeita que essa não é a primeira vez que a criança sofre esse tipo de maus-tratos. Segundo o relato da avó à corporação, a criança já se alimentou em outros momentos na casa dela na mesma posição em que aparece no vídeo, como se estivesse com uma vasilha de ração.

Fonte: G1

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