Adolescente suspeita de matar amiga tentou criar álibi pelo WhatsApp

Minutos depois de participar do assassinato de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, uma adolescente de 16 anos enviou mensagens no número da vítima para tentar criar um álibi. Ela é uma das quatro pessoas acusadas de envolvimento no caso, ocorrido em agosto passado. O grupo ainda escondeu o corpo sob pedras e entulhos numa mata do Setor Jaó, bairro nobre da capital goiana.

“O japa a gente ficou te esperando meia hora velho. Onde vc tá?”, escreveu a adolescente pelo WhatsApp, por volta das 21h52 do dia 24/8 deste ano. Foi nesta data em que Ariane foi atraída para uma emboscada armada por pessoas que se diziam amigas dela.

A jovem foi convidada para passear de carro e tomar um lanche, com tudo pago, mas foi morta a facadas dentro do veículo, um VW Fox preto. O corpo dela foi encontrado quase uma semana depois, numa área de mata do Setor Jaó, com marcas de oito facadas no tórax e na perna esquerda.

As mensagens foram encontradas pela polícia, durante a perícia dos celulares apreendidos. O que chamou a atenção, a princípio, foi o horário. É o mesmo que aparece nas imagens de câmeras de segurança que registraram o momento em que o veículo, no qual Ariane entrou, deixa o local onde o corpo dela foi abandonado.

Correlação entre os fatos

Tudo, segundo a polícia, faria parte do plano da adolescente para se livrar de qualquer acusação. A correlação entre os fatos, no entanto, levou a investigação até ela. Antes de sair de casa, a vítima enviou mensagens para a mãe, em tom de alegria, dizendo que sairia para se divertir com as amigas e logo retornaria.

Ao ter acesso ao conteúdo de todas essas mensagens, a polícia, automaticamente, deduziu que a menor seria uma dessas amigas que havia convidado Ariane para sair, o que a tornou, logo, uma das suspeitas pelo desaparecimento da garota.

A jovem foi dada como desaparecida entre os dias 24/8 e 30/8, quando o corpo dela foi encontrado em avançado estado de decomposição por um morador da região, que estranhou o forte odor que vinha da mata.

Ela foi pega pelos amigos no Lago das Rosas, no Setor Oeste, por volta das 20h46 e, menos de 1h depois, já estava morta e soterrada.

A perícia encontrou, ainda, no celular da adolescente envolvida no assassinato, uma imagem das facas utilizadas no crime. Essa foto havia sido registrada por ela cerca de 30 minutos antes do grupo Ariane no local combinado.

Adolescente liderou plano

Além da adolescente, outras três pessoas foram presas por envolvimento na morte da jovem. A adolescente, no entanto, conforme o inquérito e o teor dos depoimentos, teria sido uma das líderes e idealizadoras do plano de assassinato da garota.

Os demais presos, todos com mais de 18 anos, são: Enzo Jacomini Carneiro Matos, de 18 anos, jovem trans que usa nome social de Freya, Raíssa Nunes Borges, 19, e Jeferson Cavalcante Rodrigues, 22. Esses três tornaram-se réus por homicídio qualificado, nesta semana. A Justiça aceitou a denúncia apresentada contra eles.

A adolescente de 16 anos segue apreendida e responderá pelo caso, seguindo o rito processual previsto para menores infratores. Em depoimento à polícia, ela contou em detalhes como tudo ocorreu.

Motivação chocou o país

O crime teve repercussão nacional. O motivo alegado pelos envolvimento, a princípio, chocou o país. Eles disseram que uma das participantes, Raíssa Nunes, desejava passar pela experiência de matar alguém para saber se era psicopata. A questão era saber se ela se sentiria com remorso.

Ariane conhecia todos os quatro envolvidos, alguns há mais tempo, outros nem tanto, mas eram, de certa forma, do convívio dela, na pista de skate que fica na praça de um supermercado em Goiânia. Ela havia sido escolhida como vítima por ser pequena, o que ajudaria a imobilizá-la e ofereceria uma risco menor de reação.

O plano da morte dela foi todo traçado no dia anterior. Ficou acertado entre os quatro envolvidos, por exemplo, segundo a polícia, que assim que ela entrasse no carro, seria colocada uma música específica e o motorista, Jeferson, estalaria os dedos para que o assassinato fosse iniciado.

 

Fonte: Metrópoles

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